Home Esportes Olímpicos Ano olímpico: esporte costuma furar bolhas e mudar destino dos atletas

Ano olímpico: esporte costuma furar bolhas e mudar destino dos atletas

Em um mundo desigual, o esporte parece ser o caminho para o avanço da sociedade. Mudança de vida vai além dos grandes resultados

Aécio de Paula
Colaborador do Torcedores.com.

Ao se falar em esporte é comum se fazer uma relação direta com o lazer. Não é difícil ver o assunto sendo tratado como algo menor, ou algo que fique em segundo plano. Afinal, o esporte é apenas um hobbie, certo? Errado. Pelo menos para milhões de atletas no Brasil e no mundo essa não é uma afirmação verdadeira. Todos os dias, esportistas das mais diversas modalidades acordam para trabalhar duro e conquistar os seus objetivos.

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E é pensando na conquista desses objetivos que os esportistas furam bolhas, quebram paradigmas e mudam suas vidas. Histórias de superação são comuns no meio esportivo. Do menino que cresceu e conseguiu comprar um super apartamento até a menina que cresceu e conseguiu denunciar violências sociais, o esporte insiste em desafiar monopólios e chamar ao diferente.

Em países com taxas mais altas de desigualdade, essa máxima segue ainda mais verdadeira. Com menos oportunidades, jovens de periferias e de outras áreas menos afortunadas veem na prática esportiva uma chance de buscar o seu lugar ao sol. Neste lugar ao sol, parece não existir diferença entre ricos e pobres, pretos e brancos ou homens e mulheres. Ou seja, o esporte parece desafiar a divisão da sociedade. É possível?

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A resposta para esta pergunta parece ser subjetiva demais para que apenas uma versão de sua resposta fosse a correta. O que se sabe de concreto é que o esporte é, de fato, um instrumento de mudança pessoal. Pensando nisso, e considerando que estamos em um ano olímpico, separamos quatro histórias inspiradoras do esporte do Brasil e do Mundo para provar que esta prática, tão renegada por muitos, pode ser a resposta para grande parte dos nossos desafios sociais.

1. Marta: de Alagoas para o Mundo

Quem viu Marta jogando em um campinho de terra na cidade de Dois Riachos mal sabia que ela iria chegar longe. A menina franzina do interior de Alagoas não poderia sair dali. Afinal, o destino que o futuro reservava para a pequena jogadora não poderia ser tão diferente das outras meninas. No meio de tanto preconceito, Marta usou os pedregulhos de seu caminho em um terreno baldio e construiu pouco a pouco uma belíssima história no futebol. A jogadora é hoje uma espécie de unanimidade junto ao torcedor.

De lá pra cá, a jogadora já ganhou duas medalhas olímpicas e um vice campeonato mundial com a Seleção brasileira. Foi eleita por cinco vezes a melhor atleta de futebol do Mundo. Pensa que acabou? Na Copa do Mundo de 2019, na França, ela se tornou a maior artilheira da história das Copas do Mundo.

2. Dani Piedade: Renascimento

Outra brasileira que precisou se superar para se realizar pessoalmente foi a Dani Piedade, do handebol. Dani construiu toda a sua carreira voltada para o handebol brasileiro. Ela esteve nas campanhas do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2004, 2008 e 2012. Até aí, tudo caminhava bem. Mas aí veio o baque. Piedade sofreu um AVC enquanto fazia o aquecimento para um jogo do seu clube, na Eslovênia. Tudo parecia acabado.

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Mas não. A atleta iniciou seu tratamento e voltou a jogar aos poucos. Dani Piedade se tornou campeã mundial de handebol feminino em 2013. Assim, um ano e meio depois do seu problema, ela ajudou a colocar o nome do Brasil na história da modalidade. Aquela aliás foi a primeira vez que um time de handebol das Américas se sagrou campeão mundial da modalidade.

Daniel Dias: “Eu posso”

O que você faria da vida se tivesse nascido com má formação congênita dos braços e da perna direita? Esta é uma pergunta difícil. Isso porque raramente nos imaginaríamos nessa situação. O fato é que foi exatamente isso o que aconteceu com o Daniel Dias. Ele nasceu com esse problema. Mas hoje em dia, ele só encontra soluções.

O atleta é considerado por muitos como o maior nadador paralímpico de todos os tempos. Até hoje, ele conquistou 24 medalhas entre os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, de 2012, em Londres e 2016, no Rio de Janeiro. Este é mais um claro exemplo de mudança de vida através do esporte. Mas não pense que parou por aí. Isso porque o atleta já vem treinando forte para participar dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, deste ano.

Jack Johnson: Pioneirismo

Saindo um pouco do campo nacional, vale lembrar também a história do norte-americano Jack Johnson. O pugilista era filho de escravos nos Estados Unidos. Ele e mais oito irmãos sofreram diante de quase todos os problemas sociais do país. Mas ele enfrentou o desafio e se tornou nada menos do que o primeiro campeão afro-americano de boxe do mundo.

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Bethany Hamilton: O futuro na mão

Mais uma história que vem dos Estados Unidos. A atleta Bethany Hamilton crescia e pretendia ser uma grande surfista profissional. Mas aos 13 anos, ela estava boiando com sua prancha no mar, quando o inesperado aconteceu. Ela foi atacada por um tubarão. A garota perdeu o seu braço esquerdo. Mas não perdeu a capacidade de sonhar. Meses depois do ataque, ela já passou a ganhar inúmeros prêmios em competições internacionais de peso.

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