Home Esportes Olímpicos Atleta que desertou do Irã diz que quer disputar Olimpíadas pela Alemanha

Atleta que desertou do Irã diz que quer disputar Olimpíadas pela Alemanha

Kimia Alizadeh anunciou que quer ir aos Jogos de Tóquio defendendo a bandeira da Alemanha. Ela afirmou que o regime iraniano é “criminoso”

Aécio de Paula
Colaborador do Torcedores.com.

Dias depois de anunciar sua deserção do Irã, a atleta Kimia Alizadeh disse que quer ir aos Jogos de Tóquio. Mas o seu desejo não é defender mais o seu país de origem, e sim a Alemanha. A atleta é a única mulher da história do Irã a conquistar uma medalha olímpica. Ela conquistou o bronze no taekwondo nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. De acordo com ela, o Irã usou a sua conquista para “divulgar um regime construído com base em mentiras”.

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A atleta sabe que o seu desejo não será fácil de ser realizado. Isso porque há uma série de regras olímpicas relacionadas a nacionalidade dos atletas que precisam ser respeitadas. Mas a atleta deixou claro que, independente de conseguir ou não esse direito, ela não pretende voltar ao Irã de nenhuma maneira. Ela disse isso em uma entrevista coletiva para repórteres na região de Lunen. Esta é uma região que fica no Noroeste da Alemanha, local para onde ela fugiu.

“Para mim, não está claro se eu poderei começar os Jogos Olímpicos de Tóquio defendendo a Alemanha. Mas se não for possível, eu tentarei a vaga para os Jogos de 2024, que acontecem em Paris”, disse ela. A atleta esteve na entrevista com a ajuda de um tradutor. Isso revela que ela ainda está tentando se adaptar a uma nova realidade no país europeu.

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É possível?

Competir por outro país em uma edição olímpica não é algo impossível. Mas há uma série de regras que precisam ser seguidas. Uma delas por exemplo é o tempo da naturalização. Em entrevista, a vice-presidente da União Alemã de Taekwondo, Musa Cicek, falou sobre isso. “Se houver uma naturalização nos próximos 14 dias, essa participação seria uma opção”, disse ela. “Mas também temos outros atletas que lutam para ir às Olimpíadas nos últimos quatro anos, e não haverá ingresso gratuito”, completou.

Irã

A atleta decidiu desertar do Irã logo depois do clima de tensão criado entre o país e os Estados Unidos no início deste ano. Os dois países trocaram ameaças bélicas depois que o país norte-americano matou um dos principais generais iranianos. O Irã respondeu atacando embaixadas dos Estados Unidos e acabou derrubando por engano um avião cheio de civis que vinha do Iraque.

Desde então, várias manifestações internacionais e mesmo internas aconteceram contra o regime iraniano. A mais forte delas no campo esportivo foi a deserção de Kimia Alizadeh.

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