Home Extracampo Atletas de ponta do Brasil ainda buscam patrocínios às vésperas das Olimpíadas

Atletas de ponta do Brasil ainda buscam patrocínios às vésperas das Olimpíadas

Mesmo atletas de alto rendimento estão encontrando dificuldades para conseguir os patrocínios de empresas. Jogos Olímpicos acontecem em 7 meses

Aécio de Paula
Colaborador do Torcedores.com.

Faltam apenas alguns meses para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Atletas do mundo todo se prepararam para atingir o auge de suas performances neste ano de 2020. Portanto nada pode atrapalhar a caminhada desses atletas. Ou seja, qualquer imprevisto nessa jornada pode ser fatal. No caso do Brasil, algo em especial está tirando o sono dos esportistas de ponta. Trata-se do patrocínio.

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Cerca de 4 anos depois do ciclo olímpico fechado no Rio de Janeiro, o Brasil não parece ter conseguido convencer suas empresas a patrocinar os atletas. O que parecia ser financeiramente vantajoso até os Jogos do Rio de Janeiro, não parece chamar mais a atenção dos empresários. Mesmo os grandes atletas que já ganharam títulos mundiais estão tendo imensas dificuldades.

É o caso, por exemplo, da nadadora Etiene Medeiros. A pernambucana desabafou em uma entrevista ainda em 2019. “Gente, estou em busca de um patrocínio individual há muito tempo”, afirmou. “Faço isso por amor. Estou levantando a bandeira da natação e do esporte feminino, mas sabemos que a educação do esporte no Brasil precisa melhorar muito”, disse ela.

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Etiene é o maior nome da natação feminina do Brasil na atualidade. A atleta foi a primeira nadadora feminina do Brasil a se tornar campeã mundial. Além disso, ela é a única nadadora da história do Brasil a conseguir quebrar um recorde mundial. Mas o longo currículo e popularidade diante da torcida não foram suficientes para que conseguisse o patrocínio.

O caso da Natação

Casos como o de Etiene estão dentro de um contexto dos chamados “esportes de pico”. Esses seriam o grupo de esportes que possuem picos de popularidade em um determinado momento. A natação, por exemplo, seria um esporte de pico de popularidade. É fato que a modalidade vira assunto na grande mídia tradicionalmente nos Jogos Olímpicos e nos Jogos Pan-Americanos. Outros esportes como atletismo e judô seguiriam essa mesma lógica.

Mas o caso da esgrima é ainda pior. Isso porque a modalidade não encontra seu pico de popularidade nem nos Jogos Olímpicos. Em 2019, a ítalo-brasileira Nathalie Moellhausen conquistou o título mundial de esgrima pela primeira vez na história do país. Para conseguir sobreviver no esporte, Moellhausen tem que trabalhar por fora. Ela é dona de uma empresa de produções de eventos.

“A falta de popularidade do esporte não favorece o interesse de um patrocínio, mas acredito que isso possa mudar, sobretudo após o meu resultado e os projetos que tenho. Falta conhecimento para entender como identificar os valores da marca com esse esporte. Passar essa mensagem faz parte da minha missão de campeã mundial”, disse ela.

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O caso Hypólito

No último mês de novembro de 2019, o atleta Diego Hypólito, da Ginástica Artítica, perdeu um patrocínio importante. Esse caso ficou conhecido e ganhou muita repercussão na internet. É que o ginasta tinha ido visitar o presidente Jair Bolsonaro e tirou uma foto com o chefe de estado. A imagem viralizou e o atleta perdeu o patrocínio da empresa de lubrificantes KY.

Hypólito tinha acabado de assumir a sua homossexualidade. Ele até tentou explicar a visita e a foto com o presidente. Mas os consumidores da empresa criticaram duramente a presença dele nas campanhas da marca. Por isso, a KY cancelou o patrocínio.

Governo Federal

Seja como for, o governo federal anunciou no final de dezembro de 2019 o valor do investimento para os atletas de ponta do país em 2020. A lista com todos os competidores contemplados foi publicada no Diário Oficial da União. O investimento total será de R$84,2 milhões. Cerca de 6 mil atletas foram contemplados. Atletismo, natação e handebol foram os esportes com os atletas mais contemplados.

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