Home Futebol “Feminicida”, diz jornalista ao criticar possível contratação do goleiro Bruno

“Feminicida”, diz jornalista ao criticar possível contratação do goleiro Bruno

Apresentadora da TV Bahia chamou a atenção nas redes sociais após dar declaração ao vivo contra o goleiro. Jéssica Senra diz que acredita na recuperação das pessoas, mas ressaltou que Bruno não deveria virar ídolo

Jéssica De Paula Alves
Jornalista amapaense migrada em Belo Horizonte (MG). Nascida em março de 1990, é gremista e adora esportes desde a infância. Faixa branca em jiu-jitsu, também é fã de rock e ama unir suas paixões.

A jornalista da TV Bahia Jéssica Senra se posicionou contra uma possível contratação do goleiro Bruno, pelo time Fluminense de Feira. O assunto foi comentado pela apresentadora ao vivo, durante a edição do Bahia Meio Dia, que foi ao ar na segunda-feira (6). A jornalista deu sua opinião, levantando debate sobre moral, convidando os espectadores para uma reflexão.

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Sua fala foi compartilhada pela própria em sua conta no Instagram e posteriormente acabou viralizando nas redes sociais, gerando discussão entre os internautas.

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“Desejamos e precisamos que pessoas que cometem crimes tenham a possibilidade de refazer suas vidas, mas diante de um crime tão bárbaro, tão cruel, poderíamos tolerar que o feminicida Bruno voltasse à posição de ídolo? Que mensagem mandaríamos à sociedade? Atletas são referências. Contratar para um time de futebol um assassino, um homem que mandou matar a mãe do seu filho, esquartejar, dar o corpo para os cachorros comerem é um desrespeito. É um desrespeito a nós mulheres”, disse a apresentadora.

Ela também compartilhou um texto junto com a postagem.

Leia na íntegra

“Por que sou contra a contratação de um feminicida no esporte
Eu acredito na recuperação do ser humano. Acredito que a maioria das pessoas merece outras chances depois que comete erros, porque errar é da essência humana.

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O perdão é um dos sentimentos mais belos que podemos cultivar. Mas perdoar alguém não significa esquecer o que esse alguém fez nem permitir que esse alguém continue em nossa vida. Perdoar e dar uma nova chance não apaga o que foi feito, não se pode fingir que nada aconteceu.

Embora juridicamente o cumprimento de uma pena libera o condenado para seguir sua vida normalmente, é socialmente que precisamos pensar no que toleramos ou não. Nem tudo é apenas questão de lei. Há comportamentos legais que são imorais. Um condenado pode e deve ser ressocializado. Deve merecer uma segunda chance.

Mas penso que, depois de um crime tão perverso, voltar a ser ídolo, a estar numa posição que lhe confere status de ídolo, é bastante questionável. Penso que o feminicida deve voltar ao trabalho, mas não no futebol, não como ídolo. Defendo sua ressocialização, mas longe de qualquer torcida.

E isso não é a lei que vai decidir. É a sociedade. E se ele tivesse estuprado um bebê? O que os “fãs” diriam? Lembro que há pouco mais de dois anos, jogadores foram flagrados num vídeo masturbando uns aos outros no vestiário de um clube gaúcho. Os quatro jogadores foram dispensados. Seus nomes, inclusive, foram poupados para evitar que eles fossem banidos do futebol. E é bom que fique bem claro: eles não cometeram crime algum, não fizeram nada contra a vontade de ninguém! Mas, absurdamente, a homossexualidade ainda é intolerável no futebol. Ser feminicida é aceitável? O que você pensa disso? #NãoAoFeminicídio”

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