Home Futebol Primeiro Majestoso de 2020 mostra que Corinthians e São Paulo estão muito bem servidos debaixo das traves

Primeiro Majestoso de 2020 mostra que Corinthians e São Paulo estão muito bem servidos debaixo das traves

Tiago Volpi e Cássio são os grandes nomes da partida realizada neste sábado (15); São Paulo de Fernando Diniz cria as melhores chances do clássico, mas cai de produção na metade da segunda etapa

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Tiago Volpi e Cássio. Quem poderia dizer que os destaques do primeiro Majestoso de 2020 fossem ser os goleiros de São Paulo e Corinthians? O empate sem gols no Morumbi foi movimentado, teve seus momentos de emoção e bom futebol, além de ter apresentado mais um pouco das ideias dos técnicos Fernando Diniz e Tiago Nunes. No entanto, quem acabou fazendo a diferença no clássico foram os donos das posições mais ingratas do velho e rude esporte bretão. Cássio acabou trabalhando mais do que Tiago Volpi durante os noventa e poucos minutos de partida muito por conta da falta de entrosamento (ainda natural) do time do Corinthians e de entendimento dos conceitos de Tiago Nunes. Mesmo assim, o camisa 1 do São Paulo esteve bem quando foi exigido (principalmente na segunda etapa). Mesmo assim, a sensação que ficou depois do apito final é a de que o Tricolor Paulista esteve mais próximo da vitória do que o Timão.

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Tiago Nunes mandou o Corinthians a campo armado no mesmo esquema do jogo contra o Guaraní do Paraguai na última quarta-feira (12). Luan jogava mais pela direita num 4-4-2 mais definido e centralizava quando o Timão tinha a posse da bola para a abrir o corredor para as subidas de Fagner por aquele lado. Mais à frente, Boselli e Vagner Love tentavam manter a bola no ataque e aproveitar os espaços às costas dos defensores do São Paulo. A equipe do Morumbi, por sua vez, jogava no costumeiro 4-1-4-1 de Fernando Diniz, com Alexandre Pato e Vítor Bueno pelos lados, Daniel Alves e Hernanes alinhados no meio e Pablo no comando de ataque. Apesar do Corinthians ter permanecido mais tempo com a bola no primeiro tempo (55% contra 45% de acordo com o excelente SofaScore), foi o São Paulo quem criou as melhores chances com Daniel Alves e Pablo. No entanto, o Timão também desperdiçou duas oportunidades claras com Boselli, que acabou parando em Tiago Volpi. Num clássico cheio de possibilidades, quem fazia a diferença eram os goleiros.

Corinthians vs Sao Paulo - Football tactics and formations

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Tiago Nunes manteve Luan pela direita no seu 4-4-2 com Vagner Love e Boselli no ataque. O Corinthians, no entanto, sofreu com as boas trocas de passe do São Paulo no meio-campo e com as subidas de Daniel Alves e Hernanes ao ataque. Mas os grandes destaques da primeira etapa foram os goleiros Cássio e Tiago Volpi.

A segunda etapa começou com os dois treinadores agindo e mexendo nas suas equipes. Do lado do Corinthians, Pedrinho entrou no lugar de Vagner Love (rearrumando o Timão no usual 4-2-3-1 com Luan jogando mais por dentro). E do lado do São Paulo, Hernanes deu lugar a Igor Gomes. Aliás, o camisa 26 melhorou a dinâmica do Tricolor Paulista, se aproximando de Tchê Tchê e Daniel Alves, trabalhando as jogadas pelas pontas e aparecendo entre as linhas do adversário. O São Paulo passou a ter mais posse de bola e a controlar as ações no meio-campo diante de um Corinthians mais um pouco mais cauteloso a partir da metade do segundo tempo. Alexandre Pato desperdiçou grande chance na frente de Cássio e Luan obrigou Tiago Volpi a trabalhar em bela cobrança de falta. Nos acréscimos, Bruno Alves acertou o ângulo em belo chute de fora da área, mas o camisa 12 do Timão protagonizou a mais bela defesa da partida. Isso um minutos depois de Igor Gomes sofrer pênalti no mínimo discutível de Camacho.

Sao Paulo vs Corinthians - Football tactics and formations

Tiago Nunes desfez o 4-4-2 com a entrada de Pedrinho no lugar de Vagner Love, mas quem esteve melhor na segunda etapa foi o São Paulo. A entrada de Igor Gomes deu outra dinâmica ao meio-campo tricolor, que passou a criar mais espaços na defesa adversária. No entanto, os goleiros acabariam fazendo a diferença mais uma vez.

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Assim como é possível discutir a penalidade de Camacho em Igor Gomes, também é muito possível questionar a entrada de Liziero no lugar de Alexandre Pato. Não por conta da qualidade do volante tricolor, mas pela intenção de Fernando Diniz ao fazer a substituição num momento em que o São Paulo estava bem próximo do gol. A mexida fez com que Igor Gomes se transformasse numa espécie de “falso nove” que abria espaços para as descidas de Vítor Bueno e Toró em diagonal. Do outro lado, o Corinthians apresentava alguns dos velhos problemas das equipes de Tiago Nunes: a falta de intensidade nas partidas realizadas fora de casa. Some isso à falta de entrosamento natural de um início atribulado de temporada e teremos uma questão bem séria a ser resolvida pela comissão técnica corintiana. Não somente pela atuação da equipe nas últimas partidas, mas pela pressão por bons resultados. Acabou que Tiago Volpi e Cássio foram os melhores em campo num clássico que se mostrava cheio de possibilidades.

Tanto o São Paulo como o Corinthians ainda precisam de tempo para engrenarem de vez e mostrarem aquilo que podem fazer nesse início de ano. Por outro lado, a certeza de que as duas equipes possuem dois dos melhores goleiros do Brasil em seus elencos é cada vez mais forte.

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