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Crioterapia para jogadores de futebol suscita debate entre especialistas

Moda entre os clubes, método ainda não está totalmente comprovado cientificamente

Redação Torcedores
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Equipamentos científicos, novos métodos de recuperação e tecnologia de ponta têm invadido o futebol com força nos últimos anos. Acertar passes e cruzamentos dentro das quatro linhas é fundamental, mas cuidar dos atletas é imprescindível. Jogadores que valem milhões de euros, capazes de mudar significativamente a vida de milhões de pessoas. Diante desse cenário, a crioterapia, abordada em sites como SaudeLogo, é mais uma das alternativas para deixar o jogo ainda melhor e mais competitivo.

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A crioterapia é um método baseado na utilização do frio para tratar reações inflamatórias, traumáticas. Além disso, a prática serve para diminuir os edemas e acelerar o relaxamento muscular. Com todas essas alternativas, a crioterapia tem servido como estratégia para acelerar a recuperação de jogadores de futebol. No Brasil, a prática começou a ganhar força há aproximadamente dez anos, especialmente nos tratamentos pós-exercício.

“A crioterapia consiste em retirar a temperatura corporal para minimizar os efeitos negativos dos microtraumas e aumentar o bem-estar dos atletas e tem se popularizado no futebol pela aplicação de imersão em água gelada (IAG)”, disse César Cavinato, Coordenador do Grupo de Estudo de Fisiologia do Exercício e Treinamento Aplicados ao Futebol – GEFETAF/UNIBAN;

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Mas, muitos estudos surgiram com resultados bastante controvesos no que diz respeito a sua real eficácia como potencializadores de recuperação. Eles atribuem a crioterapia efeitos que podem ser prejudiciais à performance.

Em um trabalho de revisão sistemática muito interessante, pesquisadores britânicos avaliaram o desempenho de atletas da 3ª divisão em testes de corrida; no salto unilateral em 6m de distância e no salto vertical unilateral com e sem a utilização da crioterapia. Os resultados indicaram redução no salto vertical e no teste de ida e volta não havendo diferença significativa no salto de 6m. Apesar da pouca especificidade, os resultados são curiosos já que ao contrário do que se imaginava, a IAG ao invés de causar alguma melhora, manteve ou piorou o desempenho.

Pesquisas realizadas com jogadores que utilizaram a crioterapia após vários treinamentos tiveram perda da massa muscular e força física. Por outro lado, a crioterapia parecer ter um efeito positivo sobre a gênese de mitocôndrias (estrutura celular diretamente relacionada com o desempenho de exercício aeróbicos). “A crioterapia é uma estratégia válida, mas, desde que seja muito bem programada dentro do calendário do atleta, e que os objetivos sejam rigorosamente estabelecidos”, afirma Turíbio Barros Leite, ex-fisiologista do São Paulo.

No Brasil, clubes como Corinthians e Cruzeiro têm usado o método para tratar alguns atletas. Segundo Charles Costa, fisioterapeuta do clube mineiro, “quando um atleta recebe uma carga de atividade muito grande, há um decréscimo natural em sua capacidade física e de rendimento. O intervalo de jogos no Brasil é insuficiente para a recuperação plena. Desta forma, recursos como este auxiliam na abreviação desse período de recuperação dos jogadores entre as atividades de alta performance”, disse o profissional ao site do clube. Na Europa, o Paris Saint Germain já colocou o brasileiro Thiago Silva em uma máquina com temperatura de 183º C negativos.

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