Home Futebol Flamengo tem pior atuação coletiva no ano e sofre com a intensidade do Independiente del Valle no “primeiro round” da Recopa Sul-Americana

Flamengo tem pior atuação coletiva no ano e sofre com a intensidade do Independiente del Valle no “primeiro round” da Recopa Sul-Americana

Equipe equatoriana teve mais posse de bola, concluiu mais a gol e teve as melhores chances da partida; entradas de Pedro e Vitinho melhoram desempenho do Flamengo, mas time rubro-negro apresentou diversos problemas defensivos

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Este que escreve alertou para a qualidade do Independiente del Valle há dois dias aqui mesmo neste espaço. E mesmo com uma escalação inicial diferente da que conquistou o título da Copa Sul-Americana no ano passado, a equipe comandada por Miguel Ángel Ramírez mostrou um bom futebol e criou diversos problemas para o Flamengo. O jogo de ida da decisão da Recopa Sul-Americana, no entanto, mostrou mais do que a superioridade de “La Maquina del Valle”. Mostrou um Fla que só começou a reencontrar seu melhor futebol com a entrada de Vitinho no lugar de Diego Ribas (substituto do atacante Gabigol) e que teve muitos problemas para conter o ataque adversário. Isso sem mencionar as saídas de Bruno Henrique e Rodrigo Caio por lesão. Mesmo assim, os comandados de Jorge Jesus mostraram poder de recuperação apesar do pênalti bastante discutível marcado a favor do Independiente del Valle no final da partida. A disputa pelo título da Recopa Sul-Americana ainda está aberta.

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É possível compreender os motivos que levaram Jorge Jesus a escolher Diego Ribas como o substituto de Gabigol na partida desta quarta-feira (19). Diante da altitude de Quito e de um Independiente del Valle extremamente veloz nas transições, a mudança para um 4-2-3-1 que congestionava o meio-campo poderia dar certo a partir de um jogo mais cadenciado e com bola no chão. O grande problema é que Diego não fez boa partida e prendeu demais a bola. Ao mesmo tempo, os comandados de Miguel Ángel Ramírez faziam boa marcação na saída do Flamengo e ainda exploravam muito bem as descidas de Rafinha e Filipe Luís. O escrete rubro-negro também tinha espaços à sua frente e só não chegou ao empate porque a arbitragem anulou gol de Bruno Henrique em impedimento milimétrico. Sobre esse lance, a impressão que fica com a imagem da transmissão é que o jogador do Flamengo recebeu o passe no seu campo. Mesmo assim é muito difícil cravar se o VAR foi mal utilizado sem um ângulo que favoreça a análise.

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O gol marcado por Murillo (em lance que deixou a impressão de falha de Diego Alves) ainda no primeiro tempo fez com que o Flamengo se lançasse mais ao ataque e abrisse espaços. Mas a produção ofensiva só melhorou depois do intervalo, quando Jorge Jesus sacou Diego Ribas e mandou Vitinho para o jogo, rearrumando sua equipe no seu 4-4-2/4-1-3-2 tradicional. O camisa 11 foi preocupação constante para Jhon Sánchez e Richard Schunke no lado esquerdo de ataque rubro-negro. O gol de empate, no entanto, saiu apenas aos 20 minutos do segundo tempo, quando Arrascaeta achou Bruno Henrique saindo da esquerda para o centro e este balançou as redes antes de se chocar com o goleiro Pinos e deixar o campo com fortes dores. E isso num momento em que o Independiente del Valle estava melhor na partida. Vale lembrar que Gabriel Torres obrigou Diego Alves a fazer boa defesa ao escapar pelo lado esquerdo e bater cruzado exatamente um minuto antes do empate rubro-negro.

Vale destacar que, apesar do poder de recuperação do Flamengo e do ótimo aproveitamento nas chances que teve (nove finalizações contra 16 do Independiente del Valle de acordo com o ótimo SofaScore), a equipe de Jorge Jesus não fez boa partida e sofreu demais com a movimentação de Gabriel Torres, Jacob Murillo e Alejandro Cabeza no espaço entre o meio-campo e a defesa rubro-negra. Principalmente às costas de Rafinha (que não repetiu a boa atuação da vitória sobre o Athletico Paranaense pela Supercopa do Brasil) e Filipe Luís (outro que não esteve bem). Jhon Sánchez, Segovia e Faravelli desperdiçaram boas chances antes de Pedro marcar o segundo gol do Flamengo aos 40 minutos da segunda etapa após boa jogada de Vitinho e Éverton Ribeiro. No entanto, o árbitro Leodán Gonzalez assinalou pênalti discutível de Rafinha em Murillo já nos acréscimos. Acabou que o empate em 2 a 2 na altitude de Quito foi bom para o Flamengo dadas todas as circunstâncias da partida.

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É possível questionar as decisões de Leodan González e do VAR no jogo de ida da Recopa Sul-Americana. A arbitragem foi bastante “caseira” em várias marcações e nos lances capitais da partida. Por outro lado, também é preciso entender (e aceitar) que o Flamengo teve talvez a sua pior atuação coletiva na temporada. Não somente pela noite ruim de Gerson, Arrascaeta e Rafinha, mas também pelo estilo de jogo imposto pelo Independiente del Valle na altitude de Quito. São lições que ficam para serem aprendidas até a partida de volta, marcada para a próxima quarta-feira (26), onde o Fla poderá conquistar um título internacional no Maracanã pela primeira vez. As lesões de Bruno Henrique e Rodrigo Caio preocupam bastante, é verdade. Assim como os problemas defensivos do time de Jorge Jesus. O que se viu foi um Flamengo sem a compactação necessária e que parecia muito mais “esperar” o adversário no seu campo do que tentar se impor na base da qualidade bem conhecida da equipe rubro-negra.

O torcedor rubro-negro tem razão de estar irritado com a arbitragem de Leodan González. Mas é preciso ter em mente que o Flamengo só vai levar o título da Recopa Sul-Americana se jogar o futebol eficiente que eu e você conhecemos bem e resolver seus problemas defensivos. O Independiente del Valle já mostrou que sabe explorar essas deficiências.

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