Home Futebol Ex-conselheiro do Santos é condenado a pagar indenização por comentários racistas no WhatsApp

Ex-conselheiro do Santos é condenado a pagar indenização por comentários racistas no WhatsApp

Em São Paulo, a Justiça condenou Adilson Durante Filho, ex-conselheiro do Santos, a pagar R$ 10 mil por declarações racistas feitas em um áudio compartilhado em um grupo privado no WhatsApp.

Gabriela Santos
Jornalista que escreve sobre o universo esportivo, compartilhando informações relevantes sobre o assunto.

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Em abril de 2019, o áudio foi vazado, levando a Defensoria Pública do Estado de São Paulo a propor uma ação. A organização busca reverter o valor da indenização para programas de combate ao racismo.

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Inicialmente, o valor estipulado era de R$ 100 mil; no entanto, o juiz José Wilson Gonçalves solicitou um parecer ao Ministério Público, resultando na redução da quantia para R$ 10 mil.

Nesta quinta-feira, foi publicada uma sentença em que o juiz afirmou: “Embora a necessidade de uma punição exemplar me levasse a considerar um valor superior, é razoável aceitar a proposta do Ministério Público, especialmente ao levar em conta que a verdadeira punição será a moral — a exclusão e a reprovação social, experiências já conhecidas pelo réu, queira-se ou não.

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A repercussão do áudio foi tão grande que Adilson foi “desligado” do cargo público que ocupava na Prefeitura de Santos e teve que renunciar à sua posição como conselheiro no clube da Baixada.

No áudio vazado, ele diz: “Sempre que tiver um pardo, o pardo o que que é, não é aquele negão, também não é o branquinho. É o moreninho, da cor dele. Desses caras, tem que desconfiar de todos. Todos que tu conhecer. Essa cor é uma mistura de uma raça que não tem caráter. É verdade, isso é estudo. Todo pardo, todo mulato, tu tem que tomar cuidado. Não mulato tipo o Pedro, o Pedro é tipo índio, tipo chileno, essas porras. Estou dizendo mulato brasileiro, entendeu, dos pardos brasileiros. São todos mau caráter. Não tem um que não seja”.

No ano passado, após o vazamento do áudio, o ex-conselheiro divulgou um comunicado dizendo:

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“Com relação a um antigo áudio de alguns anos atrás que circula nas mídias sociais, de minha autoria, gostaria de expor que, em um momento de infelicidade e levado pela emoção, em decorrência de um fato que muito me abalou, acabei me expressando de forma absolutamente diversa das minhas crenças e modo de agir. Jamais tive a intenção de atingir quem quer que seja, até porque assim me manifestei em um pequeno grupo de supostos amigos de WhatsApp. Consigno que não tenho qualquer preconceito em razão de cor, raça ou credo, pois minha criação não me permitiria ser diferente. Peço, humildemente, desculpas a todos que se sentiram ofendidos, e expresso, por meio deste comunicado, meu mais profundo arrependimento quanto às palavras genericamente proferidas”.

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A sentença, publicada hoje, é de primeira instância, o que permite a Adilson o direito de recorrer. A defesa foi contatada, mas informou que ainda não havia sido intimada da decisão.

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