Home Futebol Crise em campo evidencia problemas políticos e financeiros no Vasco

Crise em campo evidencia problemas políticos e financeiros no Vasco

O ano de 2019 foi marcado por grandes dificuldades dentro e fora de campo para o Vasco da Gama. Após ser eliminado de todas as competições que disputou ao longo da temporada, brigar contra o rebaixamento até as últimas rodadas do Campeonato Brasileiro e conviver com salários atrasados, o clube, entretanto, se apegou ao discurso de que 2020 seria um ano “um pouco melhor”. Expressão repetida pelo presidente Alexandre Campello diversas vezes e que trouxe certa esperança ao torcedor. O início da atual temporada, entretanto, tem sido muito diferente do que poderia imaginar o torcedor Cruz-Maltino. Tudo bem que a temporada tem pouco menos de dois meses, mas o início é preocupante.

Christian Fuentes
Colaborador do Torcedores.com.

 

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O primeiro indicativo de que as coisas não seriam como o esperado veio ainda em 2019. Foi com a não renovação do técnico Vanderlei Luxerburgo, apontado por muitos como o grande responsável por ter garantido o clube na elite do futebol brasileiro. Um dos principais motivos da não permanência do “pofexô” na colina foi o não pagamento dos salários atrasados. Luxemburgo tinha a promessa do presidente de que os pagamentos seriam quitados. O que não aconteceu. Para o seu lugar veio Abel Braga. O treinador, que vinha de trabalhos ruins, já chegou com certa desconfiança por parte da torcida.

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Eliminação precoce

As primeiras exibições do Vasco na temporada não foram nada boas. O time foi eliminado na Taça Guanabara e sequer disputou a semifinal do primeiro turno do Campeonato Carioca. As más atuações nos jogos tem sido um agravante para a equipe comanda por Abel, que parece não mostrar evolução após dez jogos feitos até agora. Além de não mostrar evolução tática, alguns jogadores estão muto abaixo daquilo que apresentaram na temporada passada. São os casos dos jovens Marrony e Talles Magno.

Com o momento ruim da equipe carioca, Abel Braga já vem enfrentando pressão dentro  e fora do clube. Alguns dirigentes não estariam satisfeitos com o desempenho do time no início de 2020 .Alguns torcedores também estão insatisfeitos com a performance apresentada e agitam as redes sociais pedindo a demissão do comandante. A situação do técnico só não é ainda mais delicada porque a equipe segue viva na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana. O Vasco se classificou para a segunda fase das duas competições após passar por Altos-Pi e Oriente Petrolero, da Bolívia. Apesar da classificação, o Cruz-Maltino fez partidas muitos fracas diante dos modestos adversários. O que serve de alento para a sequência nas competições diante de adversários mais qualificados. Uma possível eliminação da Copa do Brasil nesta quinta-feira, diate do ABC, pode ser determinante para a continuidade ou não de Abel no Vasco.

Crise financeira

Além da crise dentro de campo, o Vasco ainda enfrenta dificuldade em termos financeiros. O clube vive com salários atrasados desde o ano passado. Atualmente o clube deve cinco meses de salários atrasados ao elenco, além de férias, uma parcela do décimo terceiro e cinco meses de direitos de imagem. As penhoras também são constantes no dia a dia do clube. Ainda em 2019 a justiça penhorou a premiação do Vasco pela campanha no Campeonato Brasileiro do ano passado. A diretoria teve que fazer um acordo com a União, o que custou uma parte considerável do valor que o clube receberia. Devido a este momento crítico com suas finanças, é de extrema importância que a equipe avance o máximo possível nas competições. Cada centavo recebido pelas classificações na Copa do Brasil e na Sul-Americana será muito bem vindo em São Januário.

O clube busca outras formas de aumentar a sua receita. Uma delas é a venda de ativos do clube. Ou seja, de seus jovens jogadores. A maior esperança de retorno próximo é a venda de Talles Magno. A lesão jogador, entretanto, freia as expectativas da diretoria de envolver o atleta numa venda milionária para um clube da Europa. A previsão é de que Talles fique fora dos gramados por três meses. 

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Pressão política

O início ruim da equipe também corrobora para o caos político que o Vasco enfrenta há anos. O clima, que já não era bom, só tem piorado. Alexandre Campello é frequentemente atacado pelos seus opositores políticos. Atualmente o presidente passa por uma sindicância, que analisa a sua suspensão do cargo que exerce. Campello supostamente estaria dificultando uma investigação sobre a associação em massa suspeita no quadro social do Vasco. Vale lembrar que 2020 é ano eleitoral e a expectativa é de que o cenário político esquente como uma panela em São Januário.

Fonte: Globoesporte.com

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