Home Futebol Um ano depois, Vasco e Fluminense voltam a se enfrentar com portões fechados

Um ano depois, Vasco e Fluminense voltam a se enfrentar com portões fechados

Em 2019, rivais fizeram a final da Taça Guanabara com o Maracanã vazio após determinação judicial. Torcida do Vasco, no entanto, conseguiu entrar no segundo tempo

Victor Lessa (Rádios Globo e CBN)
Colaborador do Torcedores

Em meio ao avanço do contágio pelo novo Coronavírus, a Federação de Futebol do Rio determinou, como medida preventiva, que todos os jogos da terceira rodada da Taça Rio aconteçam com os portões fechados. Jogar sem público não vai ser uma novidade para Vasco e Fluminense. Há pouco mais de um ano, as equipes decidiram o título da Taça Guanabara com o Maracanã durante mais da metade jogo. Para quem não se lembra, uma determinação judicial determinou portões fechados para o confronto. No entanto, durante o intervalo, o Vasco obteve uma liminar para que sua torcida pudesse entrar. Quem ainda estava presente do lado de fora, conseguiu acompanhar o segundo tempo do jogo.

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Antes, porém, houve confusão generalizada do lado de fora do estádio. Um caos que já era previsto por tudo que antecedeu o confronto. Após muita correria, gás de pimenta e bombas de efeito moral, o desembargador de plantão liberou a entrada, já com 30 minutos de bola rolando. O jogo marcou também a primeira vez na história do Carioca a arbitragem analisou as imagens com auxílio do árbitro de vídeo. O gol de Danilo Barcelos decretou o título vascaíno com um gol de falta. Mesmo com toda a confusão, brigas e polêmicas, no final, 29 mil vascaínos conseguiram entrar para comemorar o título do primeiro turno. A torcida tricolor não compareceu a pedido do próprio Pedro Abad, presidente do clube naquela oportunidade

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Relembre toda a confusão

Tudo foi resultado da velha briga entre os clubes pelo setor sul do Maracanã. Na oportunidade, através de sorteio, o Vasco era o mandante do clássico. O clube manteve a venda de ingressos para o setor sul, o que não foi aceito pelo Fluminense, que alegava ter o direito, em contrato, de ocupar aquele lado do Maracanã. Na época, Pedro Abad, então presidente tricolor, convocou em coletiva os torcedores do Flu para “guerra”, no sentido de comparecer ao estádio mesmo no setor norte.

O Vasco entrou com um agravo de instrumento durante o plantão judiciário tentando derrubar a liminar que reconhecia o direito de o Fluminense ocupar o setor com base no contrato que tinha firmado com o Complexo do Maracanã, em 2013. No entanto, com o impasse, a justiça negou o pedido e determinou portões fechados.

Em resposta, o Tricolor alegou que, desde a assinatura do contrato, “foi garantido aos torcedores tricolores o direito sobre o setor sul do estádio (…) nas partidas da qual o Fluminense participava, na qualidade de mandante ou não” e requereu a realização do jogo com portões fechados. Por isso, acusou o Maracanã de não cumprir o que estava no contrato.

O consórcio, por sua vez, disse que “que de maneira nenhuma descumpriu o contrato com o Fluminense Football Club. O documento firmado entre as partes dispõe de forma clara, no anexo 5, que a torcida do clube poderá sim ser alocada em outros setores do Maracanã, nos casos especificamente em que o Fluminense for visitante”, como é o caso da final da Taça Guanabara.

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A desembargadora entendeu que o contrato estabelece a necessidade de haver acordo com o Fluminense sobre a utilização do setor sul pela torcida vascaína, e concluiu que “o contrato é omisso quanto à hipótese que se apresenta”. Citou também “manifestações publicadas em redes sociais que apontam risco iminente de confronto e violência entre as torcidas do Vasco da Gama e do Fluminense” e a postura dos dirigentes que, segundo ela, “acirram o conflito posto e, agressivamente, incitam a violência entre os torcedores” para, por medida de segurança, determinar o jogo com portões fechados.

A briga entre os clubes vem desde 1950. Na época, ficou decidido que o campeão estadual daquele ano teria o direito de escolher o lado que a sua torcida iria ocupar. Como campeão, o Vasco escolheu o lado direito às cabines de rádio tv. Em 2013, porém, o Fluminense assinou um contrato com o consórcio que administra o estádio que definiu que o Tricolor utilizaria o setor sul do estádio, à direita das cabines, e o Flamengo, o setor norte.

Dessa vez, pelo menos, não será necessária nenhuma discussão. Não só pela determinação dos portões fechados como prevenção ao Coronavírus, mas porque também no atual regulamento do Campeonato Carioca, aprovado em arbitral, está garantido ao Fluminense ocupar o lado direito do estádio em qualquer jogo, sendo mandante ou não.

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