O mundo segue em estado de alerta por conta da pandemia do COVID19. A Europa atualmente é o epicentro do contágio da doença. Mas, na Ásia, Hong Kong já começa a voltar a rotina normal. Quem afirma é o zagueiro brasileiro Eduardo Praes, que do Eastern, que conversou com exclusividade ao Torcedores.
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Enquanto a China sofria com surto da doença, Hong Kong — região administrativa especial, localizada dentro do território chinês — tomava as devidas precauções. Assim como o Brasil, o governo local adotou o isolamento social, suspendendo todas as atividades que envolvessem aglomerações de pessoas. Além disso, foram fechadas todas as fronteiras com o restante da China.
Entre os que foram afetados com a paralisação da Primeira Liga de Hong Kong estava um brasileiro. Revelado pelo Mogi Mirim e com passagens por Red Bull Brasil, Paulista e Pelotas, entre outros clubes, o zagueiro Eduardo Praes está em Hong Kong desde 2016. No futebol honconguês, o defensor já defendeu Pegasus, Tai Po e atualmente veste a camisa do Eastern.
Segundo Praes, a cidade aos poucos começou a voltar a normalidade nas últimas duas semanas. Mesmo que a cidade ainda continue bloqueada para o restante do mundo.
“A população começou a voltar a rotina normal dentro da cidade. Voltou a frequentar parques, shoppings, bares, restaurantes. O governo já abriu locais para esporte, praças. Hoje em dia você sai e vê as praças, os locais públicos cheios. Você vê muitas pessoas sem máscaras. Há um mês atrás, a cada 10 pessoas, nove estavam com máscara. Hoje a cada 10 pessoas, cinco estão com máscaras”, contou o zagueiro.
Durante o surto do COVID19 na China, Hong Kong apresentou apenas 131 casos confirmados e quatro mortes. O defensor, inclusive elogiou a postura dos honcongueses no período.
“No início a população se conscientizou com a situação e isso ajudou muito o país. A população de Hong Kong é muito cuidadosa com relação a higiene, normalmente usam máscaras. Mas quando aconteceu isso, nós, a população toda se preocupou muito mais. E isso ajudou que o país ficasse não em uma situação confortável, mas também não entrasse em uma situação de risco”, afirmou Praes.
Vida de jogador durante a paralisação
Praes também contou sobre a rotina enquanto as atividades estavam suspensas por conta do coronavírus. Além disso, o defensor fez questão de acalmar a família no Brasil.
“A academia do meu prédio foi fechada. Não podia usar a acadêmia. Então eu procurei ficar em casa, descansar. Procurei tranquilizar meus familiares. Sempre dar notícias, falar que eu estava bem, que não estava correndo risco, que estava no protegido”, afirmou o zagueiro.
Eduardo Praes também aproveitou para mandar uma mensagem aos atletas que estão no Brasil. Uma vez que o surto da doença está começando no país.
“No Brasil acho que tem ser da mesma forma. Não adianta nós jogadores pensarmos que tem que treinar, tem que manter a forma. Mas nada é mais importante que a saúde. Porque se não tiver não com saúde vai ser impossível nós jogadores trabalharmos. Então procure se cuidar, procure proteger a si mesmo e a família. Jogadores procurem ficar em casa, se cuidem, não apenas pensar no futebol, no dinheiro. Agora é hora de se cuidar”, disse o defensor.
Retorno das atividades
No Brasil uma das grandes preocupações é como vai ser retorno do futebol após o surto do coronavírus. Sobretudo por conta do calendário congestionado. No entanto, segundo Eduardo, Hong Kong conseguiu adotar medidas para retornar com o futebol em segurança.
“O clube nos informou que haveria um período de ficar em casa. E depois mandou para gente a programação normal, com jogos. Mas os jogos iriam ser realizados no CT (centro de treinamento). Então, a federação de Hong Kong e todos os clubes, pensaram que seriam uma forma mais fácil de não paralisar a temporada”, explicou Praes.
Ainda de acordo com Eduardo, para distribuir o calendário, a Federação antecipou as partidas da Copa da Liga de Hong Kong no mês passado. Enquanto neste mês estão sendo disputados a Copa. E a partir de Maio, serão retomados os jogos da Liga do país.
“Retornamos a treinar. Os jogos estão sendo feitos em um estádio só. Normalmente tem uma sala por time. No vestiário só podem entrar de seis em seis. No banco de reservas, os suplentes estão de mascara. As pessoas ao redor estão de máscara. Dessa forma que está voltando ao normal”, completou o zagueiro.
