Existem jogos indies para todos os gostos, uns excelentes outros menos bons, no entanto, tanto no PC (via Steam) como na Nintendo Switch, não faltam jogos de estúdios pequenos, e que algumas vezes nos trazem projetos incríveis. Um desses casos foi Kunai, desenvolvido pelo estúdio holandês TurtleBlaze.
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Um tablet equipado com inúmeros armamentos ninja é o protagonista do jogo. O herói inusitado precisa enfrentar robôs em uma aventura de ação e plataforma com algumas características de metroidvania. O destaque do jogo é a sua movimentação ágil: o tablet usa duas kunai como ganchos para se locomover rapidamente pelos cenários. É um título que não traz ideias inéditas, no entanto é bem competente no que se propõe.
História

A história de Kunai passa-se um mundo completamente desolado, depois de uma inteligência artificial com o nome de Lemonkus se ter revoltado contra a humanidade. Devido ao seu poder e domínio sobre as máquinas do mundo, decidiu então passar ao extermínio dos humanos. Quando pegamos no jogo é já depois dos eventos acima descritos, o que significa que o número de humanos ainda visos é bastante reduzido, e a maioria do mundo está sob o controlo de robots dominados pela IA.
Porém, nem todos, e existem alguns robots que não ficaram sobre o domínio desta IA maléfica, lutando ainda pela causa dos humanos, e que pertencem a uma resistência e ainda trazem alguma esperança de que um dia o mundo deixe de ser dominado pela Lemonkus. Algo que dará ainda irá encorajar mais esta resistência é um pequeno robô assassino em formato de tablet, de seu nome Tabby, e que foi criado num laboratório e infuso na alma de um antigo guerreiro.
Gameplay

Se a história não for empolgante o suficiente, é na sua jogabilidade onde Kunai brilha. Enquanto que estes ganchos tornam a navegação pelas várias áreas do jogo e os combates extremamente satisfatórios, o uso da katana e outras armas, como estrelas ninja e armas automáticas, tornam a estratégia de combate mais profunda e divertida se de explorar. Ao longo do jogo vamos descobrindo novas ferramentas e colecionando moedas para evoluir as armas e ferramentas, dando aquela sensação de progressão necessária para continuar a jogar.
O combate é direto e rápido, sendo que a principal arma de Tabby é uma katana. Golpear de qualquer jeito não é o ideal, pois cada inimigo conta com particularidades importantes: samurais bloqueiam todos os ataques e só podem ser acertados quando saltam; um grande canhão só recebe dano de balas rebatidas pela lâmina; um robô com galão explode após ser golpeado, sendo necessário atacar à distância. Outras armas aumentam as possibilidades do combate, mas não muda o foco de atacar no momento certo. A dificuldade é moderada, principalmente nos complicados chefes, e morri bastante mesmo sendo cuidadoso — nem mesmo a habilidade de recuperar parte da energia ao derrotar inimigos com a espada é capaz de superar a estratégia cuidadosa.
Direção de arte

O passado é uma das inspirações para o visual de Kunai, que conta com uma paleta de cores reduzida, lembrando títulos de Game Boy em conjunto com iluminação dinâmica, sendo que cada área conta com um esquema de tonalidades único: marrom e vermelho em uma área com lava, bege e verde na floresta, cinza e azul em uma fábrica abandonada, e assim por diante. O resultado é um mundo com ares retrô sem deixar de ser elaborado, e a trilha sonora repleta de composições com chiptune (música eletrônica sintetizada, comum em jogos de 8 e 16-bits) reforça essa ambientação.
Outras características
Vale ressaltar algumas boas sacadas do jogo, como as melhorias para Tabby precisam ser compradas na loja de aplicativos de seu sistema operacional, que só pode ser acessada ao conseguir sinal WiFi de algum roteador sem fio próximo. Os diálogos são divertidos e bem pensados. Mesmo silencioso, Tabby esbanja personalidade com emojis divertidos que aparecem em sua tela ao realizar ações no jogo — ao agachar, por exemplo, a tela do herói mostra uma face que lembra um gatinho. O humor é sutil, mas traz charme ao jogo.
O jogo até o momento dessa análise não apresenta uma tradução para o português brasileiro. É recomendado que o jogador saiba ao menos o básico de inglês para ter uma experiência fluída, mas nada que atrapalhe totalmente a jogatina.
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Resumo
Por mais que seja simples, Kunai cumpre o que promete: algumas horas de jogo bem divertidas. Há alguns problemas, como a falta de progressão na dificuldade do jogo – incluindo os chefões – ou mesmo ter que revisitar determinadas áreas para progredir na história. Ainda sim, a ambientação carismática, o visual único, o tom bem humorado e a jogabilidade amenizam alguns dos defeitos. No fim, Kunai é um ótimo representante do “gênero” metroidvania e é recomendado para aqueles que buscam uma experiência mais tradicional.
Prós
- Mecânicas de plataforma sólidas focadas em agilidade;
- Boa mistura de progressão direta e metroidvania;
- Ótima ambientação com visual e direção de arte únicos.
Contras
- Câmera mal posicionada resulta em saltos cegos em alguns pontos;
- Revisitar áreas é custoso e desinteressante algumas vezes;
- O jogo não tem uma progressão grande de dificuldade, o tornando fácil para pró-players.
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