Home Futebol Nilton Santos nunca perdoou técnico de 1950 por ter ficado no banco na final da Copa: “se achava um Deus”

Nilton Santos nunca perdoou técnico de 1950 por ter ficado no banco na final da Copa: “se achava um Deus”

Apenas o lateral e o goleiro Castilho foram remanescentes do Maracanazzo

Matheus Camargo
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), colaborador do Torcedores.com desde 2016. Radialista na Paiquerê 91,7.

O lateral Nilton Santos ganhou o apelido de Enciclopédia do Futebol não foi à toa. O jogador passou por vários marcos do futebol mesmo tendo atuando apenas por um clube.

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O ídolo do Botafogo tinha 25 anos quando foi convocado por Flavio Costa para disputar a Copa do Mundo de 1950, a primeira no Brasil, e viu de perto, do banco de reservas – os titulares da defesa eram Bauer, Augusto, Bigode e Juvenal – o Maracanazzo.

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Nilton Santos nunca perdoou Flavio Costa por não ter disputado nenhum jogo da Copa do Mundo de 1950. Para ele, o Brasil perdeu por culpa do treinador. Para os cronistas da época, era ele quem poderia ter parado Ghiggia, o autor do gol do título do Uruguai, que venceu por 2 a 1 no Maracanã e levou o bicampeonato.

“Eu não disputei nenhum jogo por causa do Flávio Costa. Ele era mandão à beça e eu nunca gostei dele”, revelou Nilton Santos, que morreu em 2013, aos 88 anos, em entrevista concedida ao UOL em 2002.

“Primeiro ele implicou com a minha chuteira, que era macia. Ele achava que jogador de defesa tinha que jogar com chuteira de bico duro. Então eu fiz uma brincadeira, falei que eu não precisava dar chutão na bola porque não tinha raiva dela. Ele ficou bravo e não me colocou no time. Sabia com certeza absoluta que não ia jogar nunca.”

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O sentimento pela derrota nunca deixou o ex-lateral do Botafogo. Na mesma entrevista, Nilton revelou o que sentiu após a derrota no Maracanã.

“Aquela solidão. Um olhou pra cara do outro sem ter explicação. Eu fiquei embasbacado”, revelou na época o ídolo do Botafogo.

Nilton Santos é pouco lembrado por 1950 e acaba passando ileso por isso. Sem ter entrado em campo, é muito mais lembrado pelo bicampeonato mundial que conseguiu em 1958 e 1962, na Suécia e no Chile, respectivamente, do que pelo Maracanazzo.

A mágoa com Flávio Costa perseguiu Nilton Santos até o fim de sua vida e nunca o deixou esquecer o ex-treinador.

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“Intimamente sabia por que tínhamos perdido. Nunca falei nada para não sacanaer ninguém. Houve um culpado: o Flávio Costa. Ele se achava um Deus. Perdemos pela vaidade, pelo já ganhou. Ninguém ganha nada na véspera. Primeiro você ganha, depois você banca.”

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