Home Futebol Quando volta o futebol da América Latina? Veja estratégias e situação de cada país para retomada

Quando volta o futebol da América Latina? Veja estratégias e situação de cada país para retomada

Apesar da grande diferença no volume de infectados, os países projetam uma volta entre final de julho e início de agosto

Luca Cecchini
Colaborador do Torcedores.com.

Enquanto alguns países europeus já se preparam para o relaxamento do isolamento social, e por consequência a volta do futebol profissional, os países da América Latina ainda estão longe deste estágio. Apesar da alta variação entre as taxas de disseminação nacional do coronavírus, eles apresentam uma vontade em comum: retomar os campeonatos entre o fim de julho e início de agosto.

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Com as curvas de casos confirmados e óbitos ainda em ascensão, clubes e federações têm feito crescente pressão para a retomada das operações. A pressa para a volta do futebol é decorrente dos efeitos da crise financeira que já afeta os clubes, e levam a elaboração de diferentes estratégias para a retomada. Para tanto, diferentes protocolos sanitários foram apresentados. Confira quais a situação de cada país:

Argentina – mais de 7.000 casos de covid-19 e mais de 350 mortes

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No final de abril, a Associação de Futebol Argentina (AFA) comunicou que a temporada 2019/2020 estava oficialmente encerrada. Pouco antes da paralização, estava em disputa a Copa Superliga, que vale pontos para a classificação final do campeonato. Com o encerramento precoce, não haverá rebaixamento até 2022, e dois clubes da segunda divisão subirão para a elite do futebol argentino nesta, e na próxima temporada. Dessa forma, o campeonato de 2022 terá 28 times, quatro a mais do que o modelo atual.

As vagas para os torneios internacionais já foram definidas. O campeão Boca Júniors, River Plate, Racing e Argentinos Jrs. estão classificados para a edição da Libertadores de 2021. Vélez Sarsfield, San Lorenzo, Newell’s Old Boys, Talleres, Defensa y Justicia e Lanús disputarão a Copa Sul-Americana.

Em 2021, o campeonato nacional será disputado entre janeiro e dezembro, a exemplo do que ocorre no Brasil. O modelo atual, que segue o calendário do futebol europeu, é jogado de agosto a abril. A partir do segundo semestre do ano que vem, há a possibilidade de que sejam realizados torneios transitórios para a readequação a forma anteriormente utilizada.

Bolívia – mais de 3.300 casos de covid-19 e mais de 150 mortes

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Na Bolívia, ainda não há uma data prevista para a volta do esporte. Médicos da Federação Boliviana de Futebol (FBF) e dos 14 clubes da primeira divisão, elaboraram um projeto de biossegurança para retomar as atividades, no entanto, não houve qualquer sinalização do governo central.

Os clubes bolivianos buscam a melhor forma de contornar a crise. Nesta quinta-feira (15), os times se reuniram para decidir de que forma a ajuda financeira da FIFA dada à federação nacional será distribuída. Outro montante, vindo da Conmebol, também teve uma parte destinada aos clubes.

Chile – mais de 39.000 casos de covid-19 e mais de 390 mortes

Paralisado desde meados de março, a volta do futebol chileno não tem nenhuma previsão concreta de volta. A data previamente estipulada era de 26 junho, porém a nova subida de casos de covid-19, especialmente em Santiago, barrou estas expectativas.

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Federação e clubes do país ainda buscam soluções para manter o pagamento de parte dos salários dos jogadores, e, ao mesmo tempo, preservar o equilíbrio financeiro da agremiações. Muitos deles já aderiram a Lei de Proteção ao Emprego, que permite a suspensão dos salários, em troca da manutenção dos pagamentos de aposentadoria, serviços de saúde e seguro-desemprego. Estes valores estão muito abaixo dos normalmente praticados no futebol nacional.

O Colo-Colo, clube mais popular do Chile, também está em dificuldades. Sem conseguir chegar a um acordo de redução de salários com os atletas, o clube aderiu à mesma estratégia dos outros. Por isso, os jogadores atuaram em conjunto para romper relações com importantes membros da diretoria. Já foram realizadas quatro reuniões para a mediação do caso, mas em nenhuma delas chegou-se a um acordo.

Colômbia – mais de 13.000 casos de covid-19 e mais de 520 mortes

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A Federação Colombiana de Futebol (FCF), em acordo com os clubes, apresentou ao Ministério da Saúde e ao Ministério dos Esportes, um protocolo para a retomada dos jogos com os portões fechados. A expectativa é que a volta seja no começo de agosto. Jogadores já receberam cortes nos salários.

No início de maio, a cidade de Cali se ofereceu para sediar todos os jogos do campeonato, até que haja uma reabertura. Esta e outras medidas ainda precisam da aprovação do governo.

Equador – mais de 31.000 casos de covid-19 e mais de 3.500 mortes

A Liga Profissional de Futebol (LigaPro),prevê a retomada do campeonato ao final de julho. Nesta sexta-feira (15), o presidente de liga Miguel Angel Loor, apresentou às autoridades nacionais um protocolo para a realização das partidas sem público.

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“Hoje teremos um diretório da LigaPro, apresentaremos o protocolo sanitário para o retorno do futebol (sem público)”, publicou Loor.

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Paraguai – mais de 750 casos de covid-19 e 11 mortes

A previsão da volta do futebol paraguaio é entre agosto e setembro, quando, segundo a Associação de Futebol Paraguaio (AFP), a curva de contaminação estará na descendente.

Médicos da AFP chegaram a propor uma concentração de 90 dias para que os jogadores sejam testados e isolados. Contudo, a proposta teve ampla repercussão negativa na classe de jogadores locais.

Muitos dos clubes, que já enfrentavam dificuldades financeiras antes da pandemia, não estão conseguindo honrar seus compromissos financeiros com os jogadores, e não tem previsões de recuperação.

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Peru – mais de 84.000 casos de covid-19 e mais de 2.300 mortes

Atualmente, a Federação Peruana de Futebol (FPF) trabalha com três cenários. O primeiro planeja a retomada do campeonato nos mesmos moldes, porém sem torcida e com os devidos protocolos sanitários; a segunda prevê um campeonato mais curto, em que todas as partidas são disputadas na capital, Lima. Já a terceira, estipula que o futebol profissional só volte a acontecer em janeiro de 2021.

O presidente da FPF, Agustín Lozano, afirmou em entrevista à rádio argentina Rivadavia, que a Federação arcará com os custos dos testes para os jogadores. Contudo, a falta de testes em todo o país é um empecilho para um volta mais rápida.

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Uruguai – mais de 720 casos de covid-19 e 19 mortes

Suspenso desde de 13 de março, o campeonato uruguaio não tem previsão para que as partidas voltem a ser jogadas. Em um anúncio oficial, a Associação Uruguaia de Futebol (AUF) comunicou que a primeira etapa da estratégia de retomada foi finalizada, e está disponível para a aprovação das autoridades. O documento foi elaborado com a colaboração de mais de 100 profissionais vinculados ao futebol e a medicina esportiva.

Os jogadores de clubes uruguaios tiveram sua remuneração suspensa, sendo que, uma porcentagem do salário mínimo para a categoria é paga pelo governo.

Venezuela – mais de 450 casos de covid-19 e 10 mortes

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A Federação Venezuela de Futebol (FVF) solicitou que o campeonato nacional seja retomado no dia 5 de julho, e encerrado no dia 29 de novembro. Nesta mesma solicitação, há um pedido que o torneio tenha 16 equipes a partir de 2021. Isso se dá pelas dificuldades de arcar os custos operacionais durante a iminente crise. O modelo atual de disputa possui 20 clubes na primeira divisão.

Uma decisão oficial ainda não foi divulgada.

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