Tetê diz que pediu para ficar no Grêmio e rebate quem disse que ele não estava pronto: “Estão com orelhas de burro”
Aos 20 anos, atacante Tetê vem sendo um dos destaques do Shakthar Donetsk, da Ucrânia
Por cerca de R$ 42 milhões, a direção gremista aceitou vender o jovem Tetê, então com 19 anos, ao Shakthar Donetsk, da Ucrânia, no início da temporada. A negociação chegou a surpreender por dois motivos que não necessariamente se interligavam: o alto valor e a ausência de partidas do atacante no profissional.
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Tetê bem que gostaria, mas deixou o Grêmio sem nunca ter jogado pelo time de cima. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o jovem – empresariado por Pablo Bueno, o mesmo de Ferreira – garantiu ter pedido para treinar nos profissionais em conversa com o presidente Romildo Bolzan Jr, mas não teve o desejo atendido:
“Não queria aumento de salário, não queria nada, queria uma oportunidade para treinar. O presidente falou que no momento não dava. A gente olha para o outro lado e tem uma proposta da Europa pagando o que ia pagar. A gente não tinha como discutir isso. Foi a gota d’água”.
Ele garante que já estava “pronto” e a prova disso é o bom rendimento logo de cara no clube da Ucrânia:
“Não tenha dúvida nenhuma de que eu já estava pronto, porque eu cheguei aqui e confirmei. Uma coisa é falar que vai confirmar, outra coisa é confirmar. Muitas pessoas falaram que eu não estava pronto para subir, e agora devem estar com uma orelha de burro em cima da própria cabeça porque não sabem o que falaram antes”, disparou.

Renato acabou não usando o jovem no tricolor – Foto: Reprodução
Tetê relembra que jamais conversou com o técnico Renato Portaluppi e que nem ele nem o empresário queriam dar um “carteiraço” para cima do treinador.
“Para mim “carteiraço” é outra situação. Única coisa que fiz foi colocar dinheiro no cofre do clube. Torcedor às vezes vê errado por só ver o lado do clube e não o do jogador. Fico muito triste por não ter a valorização que esperava ter. Depois de tantos anos vestindo aquela camisa muito grande, fazendo gol, ganhando títulos e sonhando em jogar no profissional e depois dar toda essa situação, a gente fica muito triste. Mas por estar na Europa fico feliz, é um passo que qualquer jogador quer dar e hoje eu estou aqui”, acrescentou.
Renato falou firme sobre Tetê logo após a venda
Em coletiva depois de uma vitória por 2×0 sobre o Veranópolis, pelo Gauchão de 2019, na Arena, Renato subiu o tom ao falar da situação de Tetê e aproveitou a ocasião para se direcionar a todos os jovens da base gremista:
“Não vale só para o Tetê. Enquanto eu for treinador do Grêmio, o jogador da base vai chegar no profissional quando ele merecer. Não adianta vir empresário ou amigo tumultuar. Vai subir quando eu achar que deve, quando fizer as coisas certas, quando merecer. O jogador da base do Grêmioprecisa merecer estar no grupo principal. Foi para seleção? Tudo bem, mas comigo tem que jogar. Foi assim com todos eles, com Luan, Everton, Pedro Rocha… todos sofreram para estar no clube. Foi para a sub-20? Mas pra mim não quer dizer nada. Só fica no Grêmiose for pro time principal? Boa viagem. Desejo sucesso. O jogador precisa valorizar onde ele está. Quer chegar no profissional? Prova que tem condições de chegar. É só carne de pescoço para chegar aqui em cima”, comentou na época o treinador, que foi favorável à venda do atacante.
O tricolor permanece com direito a 15% de uma futura venda do Shakhtar para um novo time e 3% fixo de todas as demais transferências pelo “mecanismo de solidariedade”. Newcastle e Leicester, ambos clubes ingleses, já foram apontados como interessados no atleta. Uma eventual negociação, dentro dos parâmetros desejados pelos ucranianos, poderia render cerca de R$ 73 milhões aos cofres do Grêmio.
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