Trump afirma que deixará de acompanhar futebol e NFL caso os atletas se ajoelhem no hino
Para o presidente, seria melhor que o país não tivesse uma seleção do que ter uma que não fique de pé para o hino
Forbes/reprodução
O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que não acompanhará mais os jogos da seleção de futebol e as partidas da NFL, se o jogadores deciderem protestar se ajoelhando durante a execução do hino nacional.
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Em seu Twitter, o presidente retwettou uma publicação de Matt Gaetz, deputado Republicano, aliado do presidente. Na publicação, Gaetz disse que preferia não ter uma seleção de futebol, do que ter uma que não se levanta para o hino. O deputado ainda completa “Você não deveria poder jogar por uma bandeira, se você não se levanta quando ela é erguida”. O presidente afirmou, então, que não assistiria mais.
Além disso, Trump citou o esporte mais popular do país como mais um que ele deixaria de acompanhar. “E parece que a NFL está indo na mesma direção também, mas não comigo assistindo”.
Vale ressaltar que o presidente Trump é um crítico feroz ao ato de se ajoelhar durante o hino. Em 2018, após a liga voltar atrás com a determinação de que jogadores seriam obrigados a ficar de pé durante a execução do hino, o presidente foi rápido ao responder. Em seu twitter, Trump disse na época “O debate sobre o hino nacional na NFL está aceso novamente – não acredito nisso! Ainda não tem no contrato que os jogadores tenham que ficar de pé, com a mão no coração?”. Trump ainda sugeriu uma solução para o protesto “Na primeira vez que se ajoelhar, fora de um jogo. Na segunda vez, fora da temporada”.
A polêmica
A polêmica forma de protesto que gera constantes debates nos EUA tiveram início em 2016, com o então QB do San Francisco 49ers, Colin Kaepernick.
Na época, Kaepernick optou por permanecer sentado durante a execução do hino nacional, em uma partida de pré temporada. O protesto, segundo o próprio QB, era contra a violência que negros constantemente sofrem no país. “Não vou me levantar e mostrar orgulho por uma bandeira de um país que oprime seu povo negro”; disse Kaepernick em entrevistas pós protesto.

Desde então se acendeu um debate entre patriotismo e orgulho do país versus o racismo que constantemente ocorre no país. Fato é que o protesto de Colin se expandiu para outros times e atletas da NFL e de outros esportes que passaram a se ajoelhar durante o hino.
Contudo, os protestos não foram bem visto na epóca e, juntamente com outros fatores, culminou na saída de Kaepernick do 49ers e da liga, em 2017. Desde então, o jogador vem sendo voz ativa no ativismo contra o racismo e ainda busca uma nova oportunidade na NFL.
Debate reacendido
A morte de George Floyd em maio deste ano reacendeu o debate sobre o racismo nos EUA. Floyd foi morto por um policial branco em uma abordagem. Durante mais de oito minutos, o policial se ajoelhou no pescoço de Floyd (que já estava imobilizado).
Com isso, uma onda de protestos passou a tomar conta do país norte-americano (posteriomente, de tudo mundo) contra o racismo e a violência policial.
O caso tomou tanta grandez que atletas das grandes ligas passaram a juntar sua voz com a da população. Jogadores da NBA como Jayen Brown (Boston Celtics); Malcom Brogdon (Indiana Pacers); DeMar DeRozan (San Antonio Spurs); entre outros, participaram de protestos contra a morte de Floyd. Atletas de outras modalidades (NFL, UFC, MLB, MLS) também manifestaram apoio.
Em contrapartida, o QB do New Orleans Saints e um dos principais jogadores da NFL, Drew Brees criticou o movimento dizendo que “nunca vai concordar com alguém que desrespeite a bandeira dos Estados Unidos da América”. Posteriormente, Brees se retratou.
Contudo, Trump não muda sua posição. Inclusive o presidente lamentou as desculpas de Brees sobre seu comentário criticando os protestos. Além disso, Trump voltou a cobrar o comissário da NFL, sobreo posicionamente da liga sobre os jogadores se ajoelharem perante ao hino.
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