Apitar um jogo de futebol vai muito além do que correr no gramado com um apito na mão e buscar manter a organização de um jogo. Nos últimos anos, a vida de árbitros de futebol acabou sendo colocada em risco com polêmicas que ultrapassaram as quatro linhas e chegaram até as arquibancadas.
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Um dos casos mais emblemáticos nos últimos anos na Europa aconteceu em 2018 quando a Associação de Árbitros da Itália recebeu capsulas de balas de pistola dentro de um envelope. De acordo com o presidente da entidade Marcello Nicchi, o conteúdo do pacote era para o vice-presidente e o conceituado árbitro Niccola Rizzoli. Na ocasião, o VAR havia acabado de entrar em vigor e ainda gerava muita polêmica.
No final de 2019, o Uruguai também viu a situação esquentar após um duelo entre Defensor e Nacional. O árbitro Marcelo de Léon acabou recebendo ameaças de morte tanto antes como depois do duelo acontecer. Em entrevista ao Referí, o juiz relatou que viu a situação se complicar e ele e sua família tiveram que deixar sua casa por questões de segurança.
No mesmo ano, o Brasil viu um caso parecido com um árbitro em uma partida entre Náutico e Paysandu pela Série C do Brasileirão. O árbitro Leandro Vuaden acabou marcando um pênalti aos 49 minutos do segundo tempo e gerou muita polêmica no lance. O juiz relatou que seu número de celular havia sido divulgado em grupos de WhatsApp e que inúmeras ameaças estavam chegando para ele e sua família.
O encontro entre Flamengo e Vasco em 2014 gerou ameaças via redes sociais para o árbitro Rodrigo Castanheira que acabou não validando um gol em que a bola ultrapassou cerca de 33cm da linha. Como ainda não havia nenhum mecanismo para auxiliar o juiz no momento da partida, o profissional acabou deixando de aprovar o gol marcado por Douglas. Ofensas como “Vamos matar esse corno” e “Vai morrer filho da p… ladrão” eram possíveis de encontrar em páginas ligadas a torcidas vascaínas.
Ser um árbitro de futebol nunca foi uma tarefa fácil e desde o início do século 21 isso já era sentido. Por volta dos anos 2000, o árbitro Adriano Siebra buscava construir uma carreira dentro dos gramados, mas a saudade da família e objetivo de ser engenheiro fizeram com que a aposentadoria viesse em 2019. No entanto, apenas no ano seguinte que Siebra decidiu afirmar que recebeu ameaças antes de um jogo entre Santa Cruz e Central. Como o Cobra Coral precisava da vitória, os torcedores da equipe acabaram encontrando o número do juiz e fazendo graves ameaças.
“Era uma partida decisiva para o Santa Cruz. Só a vitória interessava. Na véspera do jogo, recebi quatro ligações. Todas me ameaçando. Na última, já a caminho do estádio, disseram que iriam pegar a minha esposa”, afirmou o ex-árbitro do Blog do Torcedor do UOL.
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