Home Futebol Sevilla e Liga Europa: um caso de amor puro e verdadeiro; confira a análise da decisão

Sevilla e Liga Europa: um caso de amor puro e verdadeiro; confira a análise da decisão

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira destaca o duelo tático entre Julen Lopetegui e Antonio Conte e a incrível redenção do brasileiro Diego Carlos

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Definitivamente, Sevilla e Liga Europa foram feitos um para o outro. E a sexta conquista do clube espanhol em seis finais disputadas aconteceu depois de um grande jogo em Colônia, na Alemanha. Daqueles que rendem grandes histórias. Primeiro por conta das circunstâncias da decisão, com o gol da Internazionale ocorrido logo nos primeiros minutos (após o pênalti cometido pelo brasileiro Diego Carlos no belga Lukaku), a virada da equipe espanhola ainda no primeiro tempo com dois gols marcados por De Jong e o novo empate da equipe de Antonio Conte com o experiente Godín. E depois pelo final feliz para os comandados de Julen Lopetegui após a bicicleta de Diego Carlos e o desvio em Lukaku antes da bola morrer nas redes de Handanovic. A história de amor entre Sevilla e Liga Europa ganhou mais um belíssimo capitulo. E com direito a volta olímpica.

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O aguardado duelo tático entre Julen Loetegui e Antonio Conte já havia sido previsto e dissecado aqui mesmo neste espaço. E as expectativas foram superadas. Enquanto a Internazionale se impunha na base da força física a partir dos lançamentos para Lukaku em alta velocidade, o Sevilla avançava trocando passes e usando bem a força dos laterais Reguilón e Jesús Navas. Mesmo tendo saído atrás no placar, a equipe da Andaluzia controlava bem o jogo no meio-campo chegando a ter 61% de posse de bola nos primeiros 45 minutos (dados do SofaScore). Tudo baseado no 4-3-3 de Julen Lopetegui que encurtava e aproveitava espaços e tinha em De Jong a referência no ataque e em Banega o maestro do time. Antonio Conte tentava igualar as ações a partir do seu 3-5-2 e as subidas de D’Ambrosio e Ashley Young, mas esbarrava na atuação apagada de Lautaro Martínez.

Internazionale vs Sevilla - Football tactics and formations

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Sevilla e Internazionale entraram em campo com duas propostas de jogo bem consolidadas. A equipe de Julen Lopetegui avançava com muita força pelas laterais e com boas trocas de passes. E o escrete de Antonio Conte usava a força de Lukaku e a qualidade de Barella e Brozovic para armar as jogadas de ataque. Apesar da igualdade no placar, o time da Andaluzia levou mais perigo.

Se Lukaku abriu o placar após penalidade cometida pelo brasileiro Diego Carlos, De Jong foi o símbolo da reação do Sevilla jogando como referência na área e ainda abrindo espaços para as chegadas de Ocampos e Suso que atormentaram a vida da trinca de zagueiros da Internazionale. Mas quem jogava melhor era o escrete espanhol, sempre acelerando as jogadas sem perder a qualidade nos passes com Banega e Jordán. Jogo de altíssimo nível de concentração e que exigia uma força mental absurda de todos em campo. O gol marcado por Godín (sempre um monstro nas bolas aéreas) igualava o marcado mas não as atuações. O escrete de Antonio Conte mostrava certa dificuldade para suportar a pressão do seu adversário na decisão da Liga Europa e tentar o encaixar o contra-ataque que só veio no início do segundo tempo, com Lukaku parando em Bono.

Interessante que o início do segundo tempo mostrava uma Internazionale mais intensa nas transições e com Brozovic e Barella mostrando muita capacidade de organização da equipe. Tanto que o Sevilla já mostrava um pouco mais de dificuldade para sair jogando com a mesma fluidez dos primeiros 45 minutos. Julen Lopetegui já havia mandado Munir para o jogo no lugar de Ocampos quando Diego Carlos acertou o chute de bicicleta que desviou o atacante belga antes de morrer nas redes da Inter. Era a redenção de um zagueiro que mostrou muita qualidade nessa última temporada, mas que estava marcado pelos pênaltis cometidos nos últimos três jogos da sua equipe na Liga Europa. Antonio Conte ainda tentou mandar o escrete nerazzurri para o ataque com as entradas de Candreva, Alexis Sánchez e Eriksen. No entanto, não havia mais jeito de separar a Liga Europa do Sevilla.

Sevilla vs Internazionale - Football tactics and formations

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Antonio Conte tentou mandar a Internazionale para o ataque nos minutos finais de partida, mas acabou só embolando sua equipe pelo lado direito. O Sevilla foi se resguardando na defesa e aproveitando os espaços que tinha no setor ofensivo. Alexis Sánchez e Candreva desperdiçaram ótimas chances de empatar a partida, mas Koundé e Bono salvaram o escrete de Julen Lopetegui.

O hexacampeonato da Liga Europa coroa o belíssimo trabalho de Julen Lopetegui no Sevilla. Vale lembrar que ele esteve envolvido numa confusão sem precedentes na Seleção Espanhola às vésperas da Copa do Mundo da Rússia e ainda teve a ingrata missão de comandar a transição do Real Madrid sem Cristiano Ronaldo. Sua equipe joga com uma fluidez considerável a partir dos lados do campo e teve em Banega (que está de saída para o futebol do Oriente Médio) o maestro e termômetro do time. E isso sem mencionar o fato de que superou um rival de camisa pesada, com atletas de peso e um grande treinador. Antonio Conte pode não ficar na Internazionale para a próxima temporada, mas fica a certeza de que a equipe tem tudo para retomar o protagonismo de outros anos. A base é boa e as ideias do treinador foram bem assimiladas. Há sim como se esperar coisas boas do escrete nerazzurri.

Histórias de amor são feitas para durar muito tempo. E a história do Sevilla com a Liga Europa é daquelas que vão ser contadas e recontadas por muito tempo. Não somente pelo estilo mais “copeiro” do time de Julen Lopetegui, mas pela forma apaixonada como a equipe da Andaluzia disputa essa competição. Não tem jeito: os dois foram feitos um para o outro. Como naquelas histórias de amor que víamos no cinema.

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