Home Futebol Sem acordo: entenda sobre a desistência do fundo árabe em comprar o Newcastle

Sem acordo: entenda sobre a desistência do fundo árabe em comprar o Newcastle

Desde o anúncio sobre o desejo de compra do Newcastle, a possibilidade não agradou muitos torcedores e foi acompanhado de perto por órgãos reguladores

Luis Feitosa
Jornalista graduado e amante de futebol e futebol americano

Depois do fim da Premier League, o Newcastle recebeu uma notícia ruim na última quinta-feira. O fundo saudita que havia feito a proposta pela compra do clube decidiu sair da negociação que era avaliada em mais de 300 milhões de libras (cerca de R$ 2 bilhões). De acordo com a imprensa britânica, o principal motivo foi o peso das denúncias de violação dos direitos humanos que o grupo era acusado.

PUBLICIDADE

Siga o Torcedores no Facebook para acompanhar as melhores notícias de futebol, games e outros esportes

[DUGOUT dugout_id=eyJrZXkiOiJtalFHNmp5MyIsInAiOiJ0b3JjZWRvcmVzIiwicGwiOiIifQ==]

Desde o início em que as primeiras notícias de que o Fundo de Investimento Público Saudita desejava comprar o Newcastle, a venda não era vista com bons olhos. Isso porque nos últimos anos, o país tem praticado o que é denominado por órgãos de direitos humanos como sportswashing – a tentativa de melhorar a imagem com o esporte sendo a principal atração. Por várias vezes, essas entidades denunciaram a nação do Oriente Médio por cometer crimes que violam os direitos humanos sendo a morte de um jornalista por discordâncias como o principal caso.

PUBLICIDADE

Em abril, a Anistia Internacional comunicou a Premier League para aumentar a supervisão sobre o negócio. Caso a entidade inglesa não aceitasse a compra, o acordo seria desfeito. Em uma entrevista para a ESPN Brasil, o porta-voz da organização internacional, Felix Jakens, afirmou não ser contrário a compra, mas que era necessário ficar atento com a ligação entre o alto investimento no Newcastle feito pelo país saudita e os vários casos de violação de direitos humanos.

“A Anistia Internacional não é contra a compra. O que fizemos foi mostrar preocupação quanto ao histórico de direitos humanos da Arábia Saudita sob o comando do príncipe herdeiro, Mohammed Bin Salman. Vemos a compra do Newcastle como parte da tentativa do regime saudita de lavar a imagem deles por meio do esporte”, afirmou.

Felix Jakens fez questão de deixar claro sobre a atual reputação da Arábia Saudita no mundo. A situação em que vive o país e o poder financeiro seria uma possibilidade de causar uma boa impressão com outras nações para aliviar tudo o que já foi feito anteriormente.

“Os sauditas têm uma reputação internacional muito ruim, especialmente pela perspectiva de direitos humanos. Sabemos que é um dos piores lugares do mundo para ser mulher ou LGBT. Eles tentaram apagar o assassinato brutal de Jamal Khashoggi, o jornalista que era crítico ao regime. E eles têm tentado usar o esporte para limpar esta imagem, e talvez o Newcastle seja a mais recente destas tentativas. O que temos feito é ser bem claros quanto a situação de direitos humanos na Arábia Saudita, e pedindo a Premier League para que considere os direitos humanos quando tomar esta decisão”, reforçou Jakens.

PUBLICIDADE

Com a forte pressão das entidades, da Premier League e da TV inglesa que possui os direitos de transmissão, o grupo optou por se retirar da negociação. Com isso, o Newcastle precisará encontrar uma outra saída para vender o clube e fazer com que o time volte a disputar na parte de cima da tabela. Até os prováveis reforços que foram cotados como o atacante do Real Madrid, Gareth Bale, não devem ser concretizados até que uma venda seja confirmada.

LEIA MAIS:

Benfica é derrotado pelo Porto em final e torcedores do Flamengo não perdoam; veja memes

PUBLICIDADE

Títulos, regularidade e alto nível de desempenho: a brilhante década de David Silva

VÍDEO: antes de amistoso, torcedores de Fluminense e Botafogo se enfrentam em briga generalizada