Home Esportes Radicais Primeira montanhista cadeirante do Brasil desenvolve projeto de acessibilidade para escaladas

Primeira montanhista cadeirante do Brasil desenvolve projeto de acessibilidade para escaladas

Primeira montanhista cadeirante do Brasil, Juliana Tozzi, criou projeto de acessibilidade

Carlos Lemes Jr
Olá! Sou Carlos Lemes Jr e sou Jornalista formado, desde 2012, e no Torcedores, desde 2015. Matérias exclusivas pelo site publicadas nos portais IG, MSN e UOL. Escrevo sobre: futebol, mídia esportiva, tênis e basquete. Acredito que o esporte seja uma ótima ferramenta de inclusão, pois, sou cadeirante. Então, creio que uma das minhas "missões" aqui no Torcedores seja cobrir esporte paralímpico. Hobbies: ler, escrever e escutar música.

Desde os mais remotos tempos, o ser humano quis estar perto do céu de alguma forma. Além dos aviões e helicópteros uma dessas formas é o montanhismo. A atividade requer muito preparo e estrutura.  Agora, imagine para quem é cadeirante. Impossível? Juliana Tozzi, 37 anos, mostra que não.

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Primeira montanhista cadeirante do Brasil, Juliana desenvolveu a Degeneração Cerebelar Paraneoplásica, uma síndrome neurológica extremamente rara que , no caso da montanhista, apareceu na gravidez do pequeno Benjamin, há cinco anos.

“Eu e meu marido Guilherme estamos juntos há 15 anos e sempre gostamos muito de acampar. Descobrimos as trilhas e montanhas juntos a mais ou menos dez anos. Quando eu fiquei doente eu perdi muitas coisas e ele me prometeu que essa paixão por trilhas e montanhas eu não iria perder. Então, ele criou a Julietti que é a cadeira adaptada para trilhas e montanhas.  Desde então, já subimos diversas montanhas e eu me tornei a primeira montanhista cadeirante do Brasil.”, conta uma orgulhosa Juliana ao Torcedores.

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A cadeira Julietti, desenvolvida pelo marido de Juliana, Guilherme (Reprodução/Facebook)

O casal já visitou mais de 30 lugares diferentes no Brasil e no mundo, sempre atrás de muitas aventuras com a Julietti. A partir daí, nasceu o projeto Montanha Para Todos, que distribui cadeiras de rodas adaptadas para o montanhismo em todo Brasil e no mundo. Atualmente são 41 cadeiras espalhadas por aí e o projeto tem site, Instagram, Facebook e Youtube.

“Eu nunca achei que iria voltar a escalar, depois da doença. É uma sensação indescritível”, segue a montanhista.

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Juliana conta qual o primeiro impacto que sua atividade, sendo cadeirante, causa nas pessoas.

“(O primeiro impacto é de) Espanto. Ninguém acredita que alguém em uma cadeira de rodas possa ir para a natureza.  Eu mesma, antes da deficiência, nunca tinha visto cadeirante fazendo trilha ou escalando.”, finaliza a corajosa engenheira civil, aposentada por invalidez.

Atualmente, o casal promove palestras e mantem o Instituto Montanha Para Todos.

Virando filme

A história de Juliana, Guilherme e Julietti virou filme. Produzido pelo canal Off, “Julietti: uma vida nas montanhas”, conta a façanha de Juliana e Julietti ao subir os mais de 6 mil metros da montanha Acotango na Bolívia. O documentário tem 25 minutos e está disponível para os assinantes da plataforma Globoplay.

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