Home Outros Esportes CRÔNICA: A Drew Brees, obrigado pelos sentimentos

CRÔNICA: A Drew Brees, obrigado pelos sentimentos

Uma homenagem à um dos maiores quarterbacks da história e ídolo máximo dos Saints

Lucas Silva
Jornalista | Fundador e editor-chefe do Saida Falsa | ADM no Athletic Club Brasil. Apaixonado pelo futebol americano desde 2008, sofro semanalmente com Corinthians, New Orleans Saints, Miami Heat e Edmonton Oilers.
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Eu guardo comigo a imagem da interceptação do Tracy Porter numa noite de domingo, vendo a televisão. A princípio eu tentava entender como uma criança de dez anos, entendia esse esporte. Enfim, a imagem de você com seu filho em meio a tanta vibração e chuva de papel mostrando pra ele: “Veja filho, o mundo é nosso.”

As coisas nem sempre são da forma como nós queremos, não é? E pensar que esse momento poderia não acontecer, não é?

Imagine se colocar numa situação onde você enfrenta chances reais de parar de jogar o esporte que você ama por conta de uma lesão. Imagine a sua vida mudar completamente de uma dia para o outro.

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Quando você chegou não havia mato, mas água… e destroços, e muitas perdas. Numa equipe a beira da realocação e abraçada nas derrotas, numa cidade destruída pela natureza que pedia aos santos por dias melhores.

Contudo, desde que você chegou, dias melhores vieram, a tempestade se foi, os sorrisos apareceram. Recordes e mais recordes, momentos bons… mas também momentos ruins. Eu estive lá nas derrotas, colecionando traumas.

Mas eu confesso que é duro te ver pela última vez numa derrota melancólica. Na ausência de seu torcedor, o louco e apaixonado torcedor dos Saints não pode estar presente, fazendo barulho e torcendo pelo seu ídolo.

Quem viu Drew Brees de perto sabe que você ajudou a reconstruir um Saints abatido e uma cidade abalada, trazendo mais alegrias ao seu torcedor, mas não é esse o ponto.

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Nenhum jogador na história vai ter o que você teve: paixão e reverência pela cidade que você representou nos últimos quinze anos. Nova Orleans te deve e muito por tudo o que você fez. Você me inspira até hoje em ser melhor, a se desafiar e superar seus problemas.

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Você me inspira em estudar e conhecer mais sobre o futebol americano, junto dos grandes: de Patrick a Aaron, de Tom a Peyton, de Marino a Montana. Você é uma das razões pela qual hoje eu amo falar sobre, eu amo assistir, sofrer e me emocionar com esse esporte.

Todavia, eu te cornetei e muito, uma leitura errada, uma interceptação, um fumble. Nesses últimos quatro anos, foram muitas as vezes em que eu disse “aposenta logo”. De certa forma vou me arrepender de ter dito isso.

“Aposenta logo, velho!” – Disse um Lucas que poderia ter apreciado melhor cada minuto de você em campo. Mas de tudo isso, eu vou sentir saudades. Você devia e merecia um final feliz, com um segundo título.

No entanto… as coisas nem sempre são da forma como nós queremos, não é?

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Por fim, sentirei saudades de cada pré-snap com Kamara, Bush, Thomas e Ingram do teu lado. A cada passe para Colston, Meachem, Thomas, Moore, Graham e tantos. As vitórias em cima dos rivais, daquele Super Bowl contra Manning e de outros grandes jogos.

Acima de tudo, sentirei saudades de você porque me trouxe muitos sentimentos nesse esporte que eu amo. Você é o maior, pra mim, pros Saints e pra Nova Orleans. A você Drew Brees, obrigado pelos sentimentos.

Seja como for, te espero ver em Canton.

*matéria publicada originalmente no Saída Falsa.

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