Home Futebol Em despedida, Renato diz que jogadores invadiram quarto para abraçá-lo e faz juras de amor ao Grêmio: “Sempre pulsando”

Em despedida, Renato diz que jogadores invadiram quarto para abraçá-lo e faz juras de amor ao Grêmio: “Sempre pulsando”

Técnico Renato Portaluppi escreveu uma carta de despedida ao Grêmio e aos seus torcedores nesta segunda-feira

Eduardo Caspary
Jornalista formado pela PUCRS em agosto de 2014. Dupla Gre-Nal.

A nova semana começou repleta de emoção e nostalgia para a torcida do Grêmio, que se deparou com uma emotiva carta de despedida do técnico Renato Portaluppi. Na quinta passada, ele teve a saída confirmada após quase cinco anos de trabalho e relatou, no texto, uma grande surpresa promovida pelos jogadores no quarto de hotel na noite de sábado.

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“Por falar em grupo, uma das maiores alegrias que eu tive ocorreu no último sábado. Já estava fora da quarentena e à noite, por volta das 21h, tive uma surpresa linda. O grupo inteiro “invadiu” o meu quarto de hotel para me abraçar. Ainda bem que o coração está em dia. Tive de expulsar eles depois de uma da manhã. E ainda queriam fazer churrasco pra mim na segunda. Aí eu não vou aguentar. Esse é o meu grupo!”, escreveu Renato.

No trecho final, o ex-jogador e treinador gremista relembrou a presença de sua própria estátua no pátio da Arena e garantiu que vai estar sempre pulsando pelo clube:

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“Quero terminar falando do coração desse clube. A torcida do Grêmio, em especial a Geral do Grêmio, é simplesmente apaixonante. Em momentos de pandemia, a maioria dos estádios está vazia. Mas não a Arena. Ali do lado de fora, mais precisamente na Esplanada, tem alguém que sempre vai encher esse estádio. Posso estar longe fisicamente, mas aquele Estátua, que tanto me orgulha, sou EU e vai estar sempre pulsando pelo Grêmio. Obrigado a todos e até breve!”, finalizou.

Leia a íntegra da carta de Renato:

“Quando o meu telefone tocou, em setembro de 2016 e do outro lado da linha estava o Dr. Adalberto Preis, não precisei nem esperar ele terminar de falar. “Estou dentro, Dr. Pode contar comigo que estou voltando”. O Grêmio não me chama, o Grêmio me convoca. Sempre foi assim e sempre vai ser. Foram quase cinco anos de muita dedicação, de muito trabalho e, principalmente, de muitas alegrias. Batemos metas muito importantes, recolocamos o clube no caminho das grandes conquistas e me orgulho de cada dia de trabalho, de cada treino, de cada gota de suor, de cada lágrima, de cada jogo e de cada aprendizado, nas vitórias e também nas derrotas. Se hoje sou o treinador com mais jogos no comando do clube, e isso é uma alegria que não cabe dentro do peito, devo a muita gente. Ao presidente Romildo, que durante todo esse período esteve ao nosso lado e fez de tudo para que sempre tivéssemos as melhores condições de trabalho. Nos momentos bons e nos momentos de dificuldade, ele sempre estendeu a mão e isso não tem preço.

Desde o primeiro dia de trabalho em 2016, criamos um relacionamento com o grupo de jogadores que sempre foi de respeito e admiração mútuas. Passaram pelo clube atletas extremamente profissionais, dedicados, inteligentes, amigos e que deram o sangue por essa camisa. E tenho certeza que continuará sendo assim. O Grêmio tem um grande grupo de homens. E por falar em grupo, uma das maiores alegrias que eu tive aconteceu no último sábado. Já estava fora da quarentena e à noite, por volta das 21h, tive uma surpresa linda. O grupo inteiro “invadiu” o meu quarto do hotel para me abraçar. Ainda bem que o coração está em dia. Tive de expulsar eles depois da uma da manhã. E ainda queriam fazer churrasco para mim na segunda-feira. Mas aí não vou aguentar. Esse é o meu grupo! Não é fácil ficar quase cinco anos sem ter nenhum problema com jogador.

E o que é que eu vou dizer de todos os funcionários do clube? Que saudade que eu vou sentir de cada um deles. As “gringas” do restaurante fazem uma comida maravilhosa e eu estava sempre ali fazendo uma boquinha. Os massagistas, os seguranças, na grande figura do Fernandão, chefe da segurança do Grêmio e da seleção brasileira, pessoal da rouparia, da fisioterapia, todos eles. Queria poder abraçar cada um e agradecer pessoalmente por tudo que fizeram ao longo desse período.

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Preciso fazer um agradecimento especial ao departamento médico, que é um dos melhores do Brasil. Dr. Márcio, Dr. Rabaldo e Dr. Gabriel sempre tiveram muito cuidado comigo, em todos os momentos. E também o Dr. Leandro Zimerman, cardiologista, que teve participação fundamental também.

Claro, nem tudo são flores quando você tem um convívio de tanto tempo. Tive de puxar a orelha de alguns, trazer outros para a realidade da vida, mas “É O QUE EU DIGO PRA VOCÊS”, dentro do vestiário nunca teve crise. Todos os nossos problemas nós resolvemos internamente, com o grupo blindado e sólido o tempo todo.

Quero terminar falando do coração desse clube. A torcida do Grêmio, em especial a Geral do Grêmio, é simplesmente apaixonante. Em momentos de pandemia, a maioria dos estádios está vazia. Mas não a Arena. Ali do lado de fora, mais precisamente na Esplanada, tem alguém que sempre vai encher esse estádio. Posso estar longe fisicamente, mas aquela estátua, que tanto me orgulha, sou EU e vai estar sempre pulsando pelo Grêmio.