Nos breves dias de intervalo após a saída de Renato Portaluppi e a chegada de Tiago Nunes, o Grêmio viu alguns nomes de outros técnicos serem especulados, dentre eles o badalado argentino Marcelo Gallardo, de trabalho elogiável no River Plate há várias temporadas. No entanto, o presidente gremista Romildo Bolzan Jr, à Rádio Bandeirantes, garantiu veementemente que não tentou nem tentaria fazer esta contratação.
O mandatário se mostrou ainda machucado pela forma como aconteceu a derrota para o River Plate, na Arena, na semifinal da Libertadores de 2018, com uma série de polêmicas dentro e fora de campo. Gallardo, por exemplo, estava suspenso no jogo de Porto Alegre e mesmo assim desceu no intervalo para conversar com o seu plantel.
“Nunca, nunca (se tentou Gallardo antes de Tiago Nunes). Até pela situação que tivemos contra o River Plate naquela semifinal de 2018. River Plate agiu com esperteza, sem escrúpulos, totalmente contra o fair play, antidesportivo, que não daria nenhum tipo de cenário para esta situação”, alegou Bolzan.
Na ocasião, o River virou sobre o Grêmio por 2×1 dentro da Arena com pênalti e expulsão de Bressan e foi à final, onde mais tarde venceria o rival Boca Juniors.
Caso Guerrero e contrato de jogadores
Perguntado sobre o caso do centroavante Paolo Guerrero, que vive um polêmico pedido de rescisão contratual com o Inter, Bolzan mostrou jogo de cintura para não avançar muito dentro da rivalidade existente. E desconversou sobre o assunto:
“É uma situação que se apresentou neste final de semana. É um problema do Internacional e eles que precisam resolver”, comentou.
Por outro lado, o dirigente aproveitou o gancho do caso Guerrero para sugerir um grande debate nacional sobre a forma como os contratos com jogadores de futebol e clubes são feitos. Em sua análise, o ideal seria equiparar os contratos dos atletas ao padrão CLT:
“Eu acho particularmente que a legislação contratual precisa ser revista, mas não do ponto de vista específico e de casos concretos. Em cima de uma questão conceitual do futebol brasileiro, eu acho que deveríamos equiparar o jogador ao padrão de CLT. O jogador tem contrato com prazo determinado e se por acaso uma das partes quiser rescindir que se faça como qualquer trabalhador brasileiro: paga-se pela metade o saldo que tiver do contrato. Acho uma questão conceitual, e não de uma injustiça aqui ou ali. Seria interessante provocar um debate nacional sobre esse tema”, sugeriu.
Bolzan responde Thiago Neves
Com 14 jogos e somente um gol pelo Grêmio, Thiago Neves voltou a falar de sua discreta passagem pelo clube em entrevista recente ao comentarista Alê Oliveira, no YouTube. Nela, o atual meia do Sport responsabilizou diretamente o ex-vice de futebol Paulo Luz por sua rescisão contratual, acusando o ex-dirigente de ter “enchido o saco” para a sua saída.
Bolzan não colocou este fato como “verídico” e lamentou ainda ter que estar falando sobre um jogador que já é passado no clube:
“Vamos combinar uma coisa: depois de tanto tempo voltar esse tema (Thiago Neves)? O Grêmio é o Grêmio. Um jogador que passa no Grêmio e não corresponde, que siga a sua vida, a sua carreira. Tudo isso faz parte do futebol. Não deu certo lá, vai dar certo em outro. Foi um grande jogador. Agora, achar culpados? Isso é um absurdo. O Grêmio é o Grêmio acima de qualquer situação”, encerrou o mandatário.
Confira a entrevista de Romildo Bolzan a partir de 39:00:
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