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MLB tem quatro no-hitters em um mês

Arremessadores dos Padres, White Sox, Orioles e Reds conseguiram o feito com menos de 30 dias de intervalo

Thais May Carvalho
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e mestranda de Ciências da Comunicação na Universidade de São Paulo, sou colaboradora do Torcedores.com desde 2020. Escrevo sobre diversas modalidades, com foco mais voltado para futebol americano, beisebol, surfe, tênis, futebol, hóquei no gelo e basquete.
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Pela segunda vez na história (e a primeira desde 1917), a MLB registrou quatro no-hitters antes do final de maio – e ainda estamos no começo do mês. Com isso, a liga agora tem 309 no-hitters na sua história.

Tudo isso começou em 9 de abril, quando Joe Musgrove, dos Padres, arremessou o primeiro no-hitter da história do time. Cinco dias depois, foi a vez de Carlos Rondón, dos White Sox, conseguir o feito. Já no dia 6 de maio, John Means, dos Orioles, não cedeu nenhuma rebatida aos Mariners. Menos de dois dias depois, Wade Miley, dos Reds, também fez com que os rebatedores dos Indians ficassem no zero. Isso sem contar o no-hitter de sete entradas de Madison Bumgarner, que não entra para a lista pelo jogo não ter tido nove innings.

Se quiser ver como foram os jogos de Musgrove e Rodón, confira nossa matéria de abril. A seguir nós vamos mostrar para você como Means e Miley conquistaram seus respectivos no-hitters.

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NO-HITTER DO BALTIMORE ORIOLES

Há quem diga que o no-hitter de John Means seja o mais perfeito de todos os tempos. Isso porque o arremessador não cedeu nenhum walk, não permitiu nenhuma rebatida, não acertou ninguém com uma bolada e não houve erro defensivo. Então como esse não foi um jogo perfeito? Na terceira entrada, Means conseguiu um strikeout sobre Sam Haggerty, mas a bola escapou do catcher (o que oficialmente não foi considerado um erro), e assim o rebatedor conseguiu chegar na primeira base. 

Por conta desse “erro”, membros da imprensa e diversos torcedores questionaram a regra (que existe desde o século XIX) de que o terceiro strike tem que terminar na luva do catcher. Esse foi o primeiro caso em que essa regra impediu que um arremessador tivesse um jogo perfeito.

Fora isso, o arremessador de 28 anos de idade, que vem fazendo uma ótima temporada, realmente fez um jogo perfeito e dominou os rebatedores dos Mariners. Segundo o statcast, Means só permitiu uma rebatida forte em toda partida. Dos seus 113 arremessos, 70% deles foram strikes, sendo que ele começou 26 dos seus 27 confrontos com um strike, o que é a segunda maior marca de um pitcher desde 2000.

Esse foi o décimo no-hitter da história dos Orioles, sendo o primeiro desde 1991 (quando quatro arremessadores conseguiram um em conjunto), e o primeiro no-hitter individual desde 1969. Após a partida, John Means falou sobre seu quase jogo perfeito: “Não é grande coisa. Estou muito feliz por ter superado. Honestamente, estou feliz por ter completado o jogo. Eu estava preso na sétima entrada, era o mais longe que tinha ido até agora [na minha carreira]. Então, ser capaz de ir para a oitava e a nona – fiquei feliz com isso. Mas você sabe, conseguir um bom no-hitter – eu não poderia me importar menos que não era um jogo perfeito.”.

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NO-HITTER DO CINCINNATI REDS

Pela segunda vez na temporada, os rebatedores do Cleveland Indians não viram a cor da bola. O carrasco da vez foi Wade Miley, que conseguiu o 17° no-hitter da história dos Reds, e o primeiro do time desde 2013. Mesmo não cedendo nada para o time adversário, a partida foi tensa para Cincinnati, que só conseguiu anotar corridas na última entrada.

Miley, sem dúvidas, fez sua parte para garantir a vitória do time. Ele fez cinco entradas perfeitas, até que, no sexto inning, o segunda base Nick Senzel cometeu um erro e o arremessador cedeu um walk. Mesmo tendo tudo sob controle, como a partida estava empatada e Miley já tinha lançado 100 vezes, o bullpen dos Reds começou a aquecer na oitava entrada. No entanto, ele não precisou entrar em ação e o veterano finalizou a partida com 114 arremessos.

Aos 34 anos de idade, Wade Miley já esteve em sete times em 11 anos de carreira. Ele foi bem em sua temporada de calouro e terminou em segundo lugar na premiação de Rookie of the Year. Porém, com exceção do ano de 2018, ele nunca conseguiu ser um arremessador de elite. Em 2020, seu primeiro ano com os Reds, ele participou de apenas 6 jogos e lidou com diversas lesões.

Em entrevista depois da partida, Miley mostrou uma tatuagem temporária do Hulk no seu braço direito. Ela foi um pedido do filho Jeb, de 4 anos. “Eu não tenho nenhum músculo. Talvez isso tenha me dado alguma força.”, ele disse brincando. “Talvez eu tenha que fazer uma tatuagem do Hulk de verdade agora.”. Sobre o seu no-hitter, Miley falou: “O que aconteceu hoje foi muito especial… não que seja impossível, mas é tão distante, que só de ser parte de algo assim… não sei, estou sem palavras. Ainda não caiu a ficha.”.

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