Home Tênis Os 1000 jogos de Serena Williams: admiração e lamento pelo fim próximo de um ícone

Os 1000 jogos de Serena Williams: admiração e lamento pelo fim próximo de um ícone

Ao completar marco milenar, americana ainda busca igualar o recorde de 24 Grand Slams de Margaret Court

leomaia
Colaborador do Torcedores

Há uma semana, Serena Williams completou 1000 jogos na carreira. O marco veio com a derrota para a argentina Nadia Podoroska em dois difíceis sets: 7/6(6) 7/5; no WTA 1000 de Roma, torneio que Serena ganhou cinco vezes. A americana certamente não comemorou o feito. Mas o fã do tênis não apenas pode como deve aproveitá-lo para contemplar a trajetória da maior tenista de todos os tempos. Alguns dirão o maior atleta que já empunhou uma raquete, independentemente do gênero. E será preciso reunir muitos argumentos para refutar tal percepção.
Aos 39 anos, Serena desafia mais que as adversárias; enfrenta os limites de seu corpo e a irreversibilidade do tempo. E ao pararmos para dimensionar esses números – 1002 jogos, 851 vitórias – fica muito concreto que o fim de um ícone do esporte está próximo.
Ao ser derrotada nas semifinais do Australian Open no início deste ano, a detentora de 23 títulos de Grand Slam pediu logo para se retirar do protocolo tradicional depois de jogos importantes, em que as tenistas falam ao público: “Estou esgotada”, disse.
Mas na coletiva depois da eliminação para a japonesa Naomi Osaka, de 23 anos, atual número 2 do mundo, Serena se recusou a entregar os pontos de sua carreira.
“Se algum dia eu disser adeus, não vou contar para ninguém”.
Uma busca ainda a motiva: igualar o recorde da australiana Margaret Court de 24 títulos de Grand Slam. Falta um para Serena. A próxima oportunidade é Roland Garros, a partir do dia 30. Três vezes campeã do saibro francês, a americana continua sua preparação. Na última terça, a tcheca Katerina Siniakova, nº 68 do ranking, derrotou Serena, , 7/6(4) 6/2, pelas oitavas de final do WTA 250 de Parma.
A cada set e game jogados, o ônus dos 26 anos de carreira, que atravessam quatro décadas diferentes, cobra um preço maior e torna a missão mais difícil.
Do outro lado da rede, adversárias cada vez mais jovens, cada vez mais fortes, que emulam Serena no seu estilo de jogo e de preparação, e no exemplo máximo de determinação e gana.
Como Osaka, 16 anos mais nova, dita e havida como sucessora legítima de Serena quando ela deixar o trono vago.
Mas não agora. Serena ainda está em quadra, e cabe a nós aproveitarmos enquanto for possível cada golpe, cada winner de forehand seguido do grito gutural de triunfo.

PUBLICIDADE