Pela primeira vez desde que saiu oficialmente do Grêmio, interrompendo um trabalho de quatro anos e sete meses, o técnico Renato Portaluppi falou abertamente dos seus dias finais do clube e detonou uma pessoa ligada ao tricolor que, segundo ele, falou um “monte de besteiras” e “só atrapalha”.
Renato indicou ter se incomodado do que ouviu desta pessoa após a queda do time para o Del Valle na pré-Libertadores. Mas o treinador evitou confirmar que se tratava do vice-presidente eleito Cláudio Oderich, que fez reclamações em mais de uma entrevista horas depois daquela derrota na Arena.
“Muitas coisas foram faladas depois que o Grêmio foi eliminado do jogo da pré-Libertadores. Eu estava ainda me recuperando da Covid-19 e ouvi certas coisas de uma pessoa. Não vale a pena comentar, mas eu não gostei. Aí eu fui dormir. No dia seguinte, tocou o telefone. Era a minha esposa. E ela falou assim: arruma as malas e vem embora. Todo ciclo tem um início, meio e fim. Realmente, quatro anos e sete meses e eu não vou ficar aqui escutando umas coisas de uma pessoa que não faz nada pelo clube, não entende nada e fala um monte de besteira. Aí minha ficha caiu”, disse Renato, antes de finalizar:
“Estou indo embora porque eu acho que na vida as pessoas têm que ter respeito pelas outras. Principalmente ídolos. E no momento que você tem uma pessoa no clube que não faz nada, pelo contrário, atrapalha, eu não vou ficar batendo boca com ninguém”.
O choro com Bolzan
Nos dias seguintes, já com a saída decretada, o presidente Romildo Bolzan visitou Renato no hotel em Porto Alegre para um último momento juntos e ambos choraram de emoção:
“Todas as decisões que eram tomadas eu tomava diretamente com o presidente. Sempre procuramos tomar as melhores decisões para o clube. E foi assim que nesse tempo conquistamos os títulos. Então acho que a maior prova disso é que na véspera da minha viagem, quando já estava recuperado da Covid-19, o presidente Romildo foi me visitar no hotel e chorou bastante, eu assinei algumas camisas para ele. Eu chorei também. Até porque não jogamos fora quatro anos e sete meses assim. Foi um grande trabalho, de muitas conquistas e eu fiquei muito feliz com a despedida da torcida. Vou mandar um abraço especial para a Geral do Grêmio”, colocou.
NÚMEROS DA TERCEIRA PASSAGEM DE RENATO PELO GRÊMIO:
307 jogos (1.670 dias no cargo)
162 vitórias
82 empates
63 derrotas
475 gols marcados
234 gols sofridos
61,6% de aproveitamento
7 títulos (três Gauchões, uma Recopa Gaúcha, uma Recopa Sul-Americana, uma Libertadores e uma Copa do Brasil)
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