Infelizmente, casos de racismo no Brasil e no mundo não são acontecimentos isolados. Muitos clubes, atletas e personalidades do esporte utilizam a voz, imagem e alcance que possuem com fins de conscientizar a população para evitar reproduzir atitudes racistas.
O Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial é comemorado hoje, 3 de julho, por causa da lei Afonso Arinos (n° 1.390/1951), que fez com que descriminação racial se tornasse crime no Brasil.
O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgou que, em 2019, cerca de 29,1 milhões de pessoas de 18 anos ou mais sofreram violência psicológica, física ou sexual no país e que mulheres, jovens e pessoas negras e pardas são os principais alvos, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS).
“As pessoas pretas (20,6%) e pardas (19,3%) sofreram mais com a violência do que as pessoas brancas (16,6%)”, revela a Pesquisa.
O Torcedores.com separou uma lista com atletas que lutam pela igualdade dos direitos às pessoas negras e combate ao racismo e que são marcos importantes desse movimento, confira:
Lewis Hamilton
Sete vezes Campeão Mundial, Lewis Hamilton é o primeiro piloto negro a correr na Formúla 1 e sempre reafirma o posicionamento de combate ao racismo, principalmente nas redes sociais.
Em entrevista ao Canal Brasil, para o programa “Espelho”, apresentado pelo ator Lázaro Ramos, o atleta afirmou que: “Tem pessoas que acham que não existe um problema pelo mundo afora. Pessoas que não entendem o que é racismo, porque não viveram isso ou não cresceram perto disso. Espero que isso tenha sido um despertar. E agora as pessoas veem que podem usar suas vozes. No mundo de hoje, você apenas não ser racista não é suficiente: você tem que ser antirracista. Se você vê acontecer, tem que falar, tem que contar, tem que não deixar acontecer”.
Muhammad Ali
O boxeador Muhammad Ali lutava pelos direitos dos negros que moravam nos Estados Unidos. Durante entrevista para BC em 1971, o atleta contou que questionava a mãe porquê tudo tinha relação com as pessoas brancas e os negros não eram representados, confira um trecho:
Serena Williams
Uma das maiores tenistas da história, Serena Williams, desde o começo da carreira, sempre se posicionou para denunciar atitudes racistas e machistas que existem no meio esportivo.
Em entrevista à revista Vogue britânica, a atleta disse que foi “desvalorizada” por ser mulher negra, elogiou o movimento Black Lives Matter – Vidas Negras Importam -, que aconteceu em 2020 e afirmou que: “Agora, nós, como negros, temos uma voz [e a tecnologia tem sido uma grande parte disso]”.
LeBron James
Um dos maiores jogadores de basquete da história, LeBron James não se cala quando o assunto é racismo. O atleta já teve a casa pichada em 2017 e não deixou de se posicionar diante do acontecido: “Isso mostra como o racismo sempre será parte do mundo, parte da América. E, você sabe, ódio na América, especialmente contra afro-americanos, acontece todo dia. E por mais escondido que seja, mesmo que as pessoas se escondam, digam coisas sobre você, e sorriam na sua frente, é a vida”, desabafou o jogador.
Além disso, durante o movimento Black Lives Matter, ele usou uma camisa com as palavras “I Can’t Breathe” (eu não consigo respirar), frase que foi dita inúmeras vezes por George Floyd enquanto era assassinado por um policial nos Estados Unidos.
Colin Kaepernick
O Quarterback Colin Kaepernick marcou a NFL – National Football League -, principal competição de futebol americano, ao se ajoelhar durante o hino nacional em 2016, como forma de protesto contra a violência sofrida por pessoas negras. O gesto entrou para a história e até hoje os jogadores o utilizam como forma de manifestação.
Jesse Owens
Atleta negro que, em 1936, ganhou quatro medalhas nos Jogos Olímpicos de Verão que neste aconteceu na Alemanha, gorvenada por Hitler. Na época, o país ficou impressionado com o fato. A conquista foi tão marcante que Jesse Owens entrou para a história e acabou virando filme chamado “Raça”.
Formiga
Miraildes Maciel Mota, mais conhecida como Formiga, é a única atleta, entre homens e mulheres, que participou de sete Copas do Mundo. Durante entrevista para o Portal Notícia Preta, em 2019, a jogadora se posicionou sobre o preconceito que sofre por ser mulher, negra e nordestina: “Sempre quando posso, tenho conversas com as meninas, principalmente no Brasil, em relação ao racismo. Só o fato de ser negra e nordestina (Bahia) já se sofre um preconceito muito grande, com certeza. E, sem dúvida, tratando-se de mulher e negra em qualquer área de trabalho há olhares tortos. Vejo poucas mulheres, poucos técnicos também negros no comando, é um absurdo. Eu condeno totalmente pessoas que agem desta forma”.
Aranha
O goleiro Aranha, quando defendia a camisa do Santos, foi vítima de racismo na Arena do Grêmio, em uma partida contra o time gaúcho.
Em 2017, pela Ponte Preta, o jogador voltou ao estádio e, na zona mista, contou sobre a situação: “Quando eu volto aqui, procuro não estar olhando para arquibancada, mas uma hora não dá. A cada vez que eu olho, só vejo ódio na cara das pessoas. Eles têm certeza de que eu sou o errado. É uma tristeza pelo clube que é o Grêmio”.
Recado do torcedor do Grêmio para Aranha. @EsporteBandRS pic.twitter.com/sPeNvDOthc
— Mateus Trindade (@mateustrindade) July 16, 2017
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