Home Esportes Olímpicos Olimpíadas: Brasil sofre virada e está fora da final no vôlei masculino

Olimpíadas: Brasil sofre virada e está fora da final no vôlei masculino

Brasil sofre apagão inexplicável no terceiro set e dá adeus à disputa da medalha de ouro

Thiago Chaguri
Apaixonado por esporte desde criança, acompanho diversas modalidades por acreditar na magia e nas boas histórias que seus protagonistas e torcedores proporcionam. Além do entretenimento, admiro também as pluralidades táticas e estratégicas.

Após estar perdendo por oito pontos no terceiro set, o Comitê Olímpico Russo consegue uma incrível virada, vence o Brasil por 3 sets a 1 e carimba o passaporte para a final do vôlei masculino. Com parciais de 18/25, 25/21, 26/24 e 25/23, os russos exibiram uma grande performance e deram o troco da derrota sofrida nesta mesma fase pela edição da Rio-2016. Unificando as conquistas da União Soviética – vitoriosa em três oportunidades – a seleção está em busca de sua quinta medalha de ouro. A equipe aguarda o confronto entre França x Argentina, marcado para às 09h00, para conhecer o adversário da final. A disputa do título está agendada para sábado (07), às 09h00. O Brasil entra em quadra pelo bronze na mesma data, à 01h30.

Mikhaylov teve ótima atação e foi o maior pontuador do jogo, com 22. Leal fez 18 pontos pelo lado brasileiro.

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Rússia passou à frente no confronto direto em Jogos Olímpicos

Somando a vitória de hoje (05) com a da primeira fase, a Rússia venceu sete dos 12 jogos e desempatou o confronto direto nesta edição de Tóquio. Dois destes embates ocorreram nos Jogos Olímpicos de 1964 e 1968, cujo sistema da primeira fase foi disputado por pontos corridos. Outros sete aconteceram em fase de grupos. Em duelos eliminatórios, hoje foi o segundo por semifinais. Houve também a decisão do ouro em 2012, vencida de forma histórica pelos russos. O Brasil abriu 2 sets 0, no entanto, de forma surpreendente, a Rússia virou e faturou o título.

ESCALAÇÕES

BRASIL: Bruninho (capitão-levantador); Wallace (oposto); Lucarelli e Leal (ponteiros); Lucão e Maurício Souza (centrais); Thales (líbero).

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Suplentes: Cachopa (levantador); Alan Souza (oposto); Maurício Borges e Douglas Souza (ponteiros); Isac (central)

Técnico: Renan Dal Zotto

RÚSSIA: Igor Kobzar (capitão-levantador); Maxim Mikhaylov (oposto); Dmitri Volkov e Egor Kliuka (ponteiros); Artem Volvich e Ivan Iakovlev (centrais); Valentin Golubev (líbero)

Suplentes: Pavel Pankov (levantador); Victor Poletaev (oposto); Denis Bogdan e Yaroslav Podlesnykh (ponteiros); Ilyas Kurkaev (central)

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Técnico: Sammelvuo Tuomas

1º SET

A partida começou quente. Logo no terceiro ponto já houve pedido de desafio brasileiro. Leal explorou o bloqueio, porém a arbitragem não enxergou o toque. Leal, convicto, pediu à Renan para desafiar. Com a revisão, constatou-se o toque, ponto para o Brasil. 2 a 1. As duas equipes iniciaram forçando o saque. O bloqueio brasileiro compareceu e amorteceu duas vezes o ataque russo. No contra-ataque, Lucão anotou 7 a 6 no marcador. Inteligente, Leal optou por explorar o bloqueio adversário no começo do jogo. Aos 12 a 10, o ponteiro já obtinha quatro pontos, sendo três deles desse modo.

Maurício Souza anotou o primeiro ponto de bloqueio do jogo e abriu três de diferença, 13 a 10. Bruninho, tirando o peso da bola num saque tático, marcou o primeiro ace brasileiro, 16 a 12. Lucão, o melhor bloqueador da competição, fez jus às estatísticas e freou o ataque russo por duas vezes, colocando uma confortável vantagem de 20 a 14. O Brasil tem líder também em outro fundamento. Lucarelli, o principal sacador das olimpíadas, anotou um ace, 21 a 15. A equipe teve uma grande atuação no primeiro set. Sistema defensivo consistente, ataque com alto volume de produção, responsável por 17 pontos no set, além do bloqueio presente, seja derrubando as bolas no chão (quatro pontos no fundamento) ou amortecendo o ataque adversário. Por 25/18, o Brasil largou na frente.

Leal foi o principal pontuador do set, com 6. Lucão e Lucarelli guardaram cinco cada.

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2º SET

Os russos voltaram com apetite e iniciaram o set vencendo por 4 a 1. Renan Dal Zotto pediu tempo para acalmar a seleção. Num ace, Maurício Souza diminuiu a vantagem para 7 a 5. No entanto, os adversários defendiam bem e o levantador Kobzar acionou seus atacantes, que correspondiam, enquanto o Brasil diminuiu consideravelmente sua eficiência ofensiva. Com 10 a 5 desfavorável, Renan pediu outro tempo. Buscando alternativas, o técnico tirou Wallace e colocou Alan Souza. Num rali com ótimas defesas, os russos pegaram Leal no bloqueio e abriram 14 a 7. No primeiro set, a equipe europeia não havia pontuado no fundamento. Neste, já contava com três pontos.

Leal, em boa passagem pelo saque, fez um ace e recolocou o Brasil no jogo, diminuindo o placar para 16 a 13. Desta vez, o técnico Sammelvuo Tuomas parou o jogo para tentar frear a reação brasileira e esfriar o serviço de Leal. A estratégia deu certo e o ponteiro serviu para fora. Mikhaylov desperdiçou seu golpe e o Brasil encostou de vez, 17 a 15. Porem, os adversários, forçando o saque, reabriram vantagem e encaminharam a vitória no set, com 22 a 17. A equipe brasileira tentou uma reação, mas já era tarde. 25/21 para o Comitê Olímpico Russo.

Mikhaylov foi o destaque da parcial com sete pontos, seguido por mais seis de Kliuka.

3º SET

Trocando pontos, nenhuma equipe conseguia abrir ao menos dois pontos de vantagem. Bruninho, numa bola de segunda e Lucão, num bloqueio simples, colocaram 6 a 5 para a seleção brasileira. Leal, no fundo de quadra, fez 9 a 6 e forçou os russos a pedirem tempo. Wallace, até então apagado, marcou apenas seu quarto ponto no jogo e abriu 12 a 8. Montando um bloqueio duplo, Bruninho parou o ataque russo, deixando 17 a 12 no marcador. O técnico da equipe russo paralisou o jogo. Na volta, Maurício Souza fez um ace.

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Num toque de rede, os adversários demonstraram a instabilidade parecida com o primeiro set. O time assistiu o rival abrir expressivos 20 a 12. Contudo, os brasileiros relaxaram e se desconectaram momentaneamente, permitindo quatro pontos seguidos dos russos. Renan pediu tempo para não deixar a seleção dar chances para o azar. Porém, a seguir, a vantagem caiu para três. Wallace, numa diagonal curta, colocou 23 a 19 no marcador. Entretanto, inexplicavelmente, o Brasil sofreu um apagão, assistiu os russos reagirem e conseguirem uma virada heróica com direito a set point em 24 a 23. Leal empatou o set em 24, mas não adiantou. Aproveitando o abalo psicológico brasileiro, os russos viraram o jogo em 26/24.

Ivan Iakovlev obteve oito acertos para os rivais. Wallace e Leal marcaram cinco para o Brasil.

4º SET

Tentando recuperar-se da virada, o Brasil voltou bem, abrindo 5 a 3. Porém, o ataque não conseguia rodar e os russos viraram o placar em 6 a 5. Após erro de saque, Lucarelli saiu para a entrada de Douglas Souza. Leal encarou um bloqueio triplo armado em sua frente, mas conseguiu virar a bola numa diagonal curta e diminuiu para 12 a 11. A equipe brasileira não encaixava o saque. Cometia muitos erros no fundamento. Novamente Leal, no ataque, empatou o set em 15 a 15, mas o Brasil não conseguia deslanchar.

Pavel Pankov anotou um ace e colocou os russos em boa situação, com 18 a 15 de frente. Renan paralisou a partida. Após um toque na rede, os russos perderam o ritmo e o Brasil empatou com Lucão em 18 a 18. Foi a vez do técnico adversário pedir tempo. Podlesnykh atacou a bola para fora e o colocou a seleção brasileira na dianteira em 21 a 20. Mikhaylov empatou em 21 a 21 após ter o lance revisado por vídeo, cuja arbitragem, que havia dado bola fora, reverteu a marcação. Wallace atacou a bola para fora e os russos voltaram à frente em 23 a 22. Douglas Souza recebeu rente à rede e foi bloqueado. Match point para o Comitê Olímpico Russo, que converteu o ataque, fechou a parcial em 25 a 23 e o jogo em 3 sets a 1.

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Mikhaylov, principal nome da partida, fez 7 de seus 22 pontos na parcial e foi o destaque.

CAMPANHA

Com a derrota, a seleção brasileira brigará por uma medalha de bronze.

Fase de grupos

23/07 – 23h00

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Brasil 3 x 0 Tunísia (25/22, 25/20 e 25/15)

26/07 – 9h45

Brasil 3 x 2 Argentina (19/25, 21/25, 25/16, 25/21 e 16/14)

28/07 – 9h45

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Brasil 0 x 3 Comitê Olímpico Russo (Rússia) – (22/25, 20/25 e 20/25)

29/07 – 23h05

Brasil 3 x 1 Estados Unidos (30/32, 25/23, 25,21 e 25/20)

31/07 – 23h05

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Brasil 3 x 2 França (25/22, 37/39, 25/17, 21/25 e 20/18)

Quartas de final

03/08 – 01h00

Brasil x Japão (25/20, 25/22 e 25/20)

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Semifinal

05/08 – 01h00

Brasil 1 x 3 Rússia (25/18, 21/25, 24/26 e 23/25)

 

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