Apostar na Betano
Você já ouviu essa história pelo menos trinta e oito vezes. Draft de 2005, Aaron Rodgers ‘ignorado’ pelo 49ers – que drafta Alex Smith, sim, aquele Alex Smith -, e, com seu ego ferido, o QB recém-draftado pelo Packers promete que o time de São Francisco – time este que Rodgers torcia desde criancinha – se arrependerá de sua escolha. Desde então, Rodgers foi derrotado por San Francisco quatro vezes nas playoffs e ganhou um Super Bowl. Isso, um. Uno. Un. One.
O pecado da nostalgia danosa
Seria ofensivo se eu chegasse nesse texto e ofendesse meu querido leitor mentindo para ele ao falar que Aaron Rodgers não é um grande quarterback. Diferente de nomes insignificantes como o titular do time roxinho ou até mesmo o próprio Jimmy Garopollo – que SEMPRE é carregado por seu time -, Rodgers tem um extenso currículo que comprova que ele tem história e um nome a manter. Múltiplas vezes MVP, carrega um anel de SB em seus dedos e um legado em Green Bay, Aaron mostra que é sim um grande atleta. Mas fica a questão a ser ponderada: até quando devemos sacrificar o hoje em prol de falsas honras à um ontem que já acabou?
A injustificável ineficiência de Rodgers
Aqui vai uma estatística para todos os meus fãs que adoram citar elas para provar pontos aleatórios: desde o ano de 2017, Aaron Rodgers e Blake Bortles tem o exato mesmo número de vitórias em playoffs. Pode ir pesquisar, eu espero. Não mentiria pra vocês.
Se colocamos esse fato em perspectiva ao ano que foi 2017 – e aquele delírio coletivo que foi o Jacksonville Jaguars ter ido tão longe nos playoffs -, nos sobra questionar o que mudou desde então. E isso, te resumo em dois fatos: Blake Bortles foi demitido do Jaguars e hoje joga sabe se lá em qual time que seja como reserva enquanto Aaron Rodgers continua sendo titular do Packers. Pergunto à você, torcedor de Green Bay que me lê: está valendo a pena?
A diva sociopata em Wisconsin
Existem certas coisas que para mim são completamente inexplicáveis. Para que você tenha um certo contexto, caro leitor, o homem que lhes escreve torce para Houston Texans e Cruzeiro Esporte Clube. Eu já paguei – e continuo pagando – uma penitência de ter que lidar com atletas problemáticos em meus times. Porém, quando eu observo a torcida, no momento que o atleta fez algo contra o time em si, a torcida inteira se virou contra o mesmo pois o time sempre deve ser soberano para contra o atleta. E é bizarro como que o torcedor de Green Bay parece esquecer isso.
Aaron Rodgers fez Wisconsin passar por um inferno mental na offseason de 2021 em prol de passar uma mensagem que nem foi tão ouvida assim. Enquanto fazia gracinhas quanto à sua permanência no time verdinho, passava suas férias viajando e relaxando a vida – e, como declarado, não se vacinando – enquanto todo seu time treinava e se preparava para o futuro.
À Rodgers foi entregue um time completo, com um excelente conjunto de recebedores, uma boa defesa, uma comissão técnica jovem e inovadora, uma OL sólida – onde a única peça murcha era um fraco Special Team. E ainda assim, mesmo no cenário – quase – perfeito, Aaron Rodgers continua não entregando nada na pós temporada. Onde está o problema?
O futuro – ou a falta dele
Agora, o Green Bay Packers e sua torcida entram em um sabático até setembro de 2022. Tempo de reconsiderar tantos aspectos que se eu fosse listar aqui, faltariam linhas nesse portal de notícias. Se antes disso, Rodgers demonstrava desinteresse no Packers, não consigo imaginar um cenário onde ele possa ser o futuro dessa franquia. E – como tudo que está ruim pode piorar – a única vez que o time de Green Bay tentou moldar algo para ter um prospecto de um futuro, ao draftar Jordan Love, Rodgers deu uma esperneada tão forte que reverberou em toda a Liga ao ponto de abalar o psicológico do jovem QB. Talvez agora seja a hora do fim. E, meu caro torcedor: deseje que este fim não seja o seu final.
ESSE TEXTO NÃO NECESSARIAMENTE REFLETE A OPINIÃO DO TORCEDORES.COM
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