20 anos depois da primeira participação de um brasileiro nos Jogos Olímpicos de Inverno, o Brasil vive uma outra realidade. 11 atletas garantiram participação em Pequim-2022. E não é exagero sonhar em estar entre os melhores do mundo.
Um exemplo claro está no skeleton. A atleta Nicole Silveira foi campeã absoluta da Copa América (venceu as cinco etapas disputadas) e garantiu três medalhas na Copa Intercontinental (um ouro e dois bronzes).
Matheus Figueiredo, presidente da CBDG (Confederação Brasileira de Desportos no Gelo), explicou como o Brasil chegou a essa evolução.
“Mais do que um trabalho administrativo, é um trabalho de planejamento. E a Confederação tem que se desenvolver como um todo: desenvolver a parte administrativa, financeira, de organização, desenvolvimento de recursos, humanos e de estrutura.
Há oito anos, realizamos um planejamento estratégico e estava nesse planejamento o desenvolvimento de todos esses pilares, que passam por ter mais estruturas para práticas e parcerias com centros de treinamentos fora e dentro do Brasil para que os atletas tenham acesso a ambientes mais qualificados para realizarem seus treinamentos e avaliações”, afirmou.
Bobsled e skeleton do Brasil em destaque
As duas modalidades são ao que o Brasil vem mostrando maior evolução. Inclusive o presidente acredita em um bom desempenho em Pequim.
“A Nicole teve uma evolução fabulosa especialmente na última temporada e ela está com uma maturidade muito grande. Ela sabe onde é forte, onde tem os pontos fracos que precisam ser corrigidos, e a gente está trabalhando isso com toda equipe. A expectativa é que ela consiga competir de forma forte, buscando estar entre as 10 melhores atletas da competição. É possível”
“Já o bobsled chega com muita maturidade. Temos bons equipamentos, boas lâminas, a equipe está fisicamente muito bem treinada, o Edson (Bindilatti) tem muita experiência na pilotagem e acredito em boa performance do time. Sabemos que o bobsled de modo geral aumentou muito sua competitividade. As equipes evoluíram muito em termos de performance. Três, quatro ciclos atrás quem performava era metade dos times nos Jogos Olímpicos. Hoje, é diferente. Todos os times classificados estão em alto nível de performance. Tanto que equipes famosas não conseguiram nem se classificar. Está muito competitivo e vamos precisar de um trabalho muito bem-feito para conseguir uma boa colocação.”

