Home Futebol Júnior Moraes fala sobre guerra na Ucrânia e desabafa: “Ainda não consigo sorrir do jeito que sorria”

Júnior Moraes fala sobre guerra na Ucrânia e desabafa: “Ainda não consigo sorrir do jeito que sorria”

Reforço do Corinthians, Júnior Moraes falou sobre o conflito que o obrigou a sair da Ucrânia

Matheus Expedito
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. 24 anos.
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O atacante Júnior Moraes foi apresentado na tarde desta terça-feira (22) como novo camisa 18 do Corinthians, em evento realizado no CT Dr. Joaquim Grava, na capital paulista. Um dos temas mais importantes debatidos durante a coletiva foi relação ao conflito entre Ucrânia e Rússia, que obrigou a saída de diversas pessoas do Leste Europeu, incluindo o novo contratado do alvinegro.

No início da coletiva, o jogador até tentou se esquivar das perguntas feitas pelos jornalistas e afirmou que está com a cabeça boa para atuar no Timão. “Realmente as últimas semanas minha vida tem sido bem diferente do que era habitual. Mas minha vida toda foi feita de muitos desafios. Tudo o que eu passei nas últimas semanas foi bem difícil. Mas estou com a cabeça boa, só pensando no futebol”, disse Júnior.

Momentos depois, o tema voltou a ser debatido na sala de imprensa e o atleta falou sobre a dificuldade em falar dos amigos e colegas que foram afetados pela guerra, principalmente os ucranianos.

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“Ainda é muito difícil falar sobre isso. Não consigo desligar, não quero desligar também. Enquanto tiver a guerra, eu vou estar conectado com as pessoas de lá. Vou estar tentando ajudar ao máximo. Diariamente eu converso com pessoas que ainda estão lá. As vezes precisa de um suporte da família, para tirar pessoas de lá ou estão precisando de alguma coisa. Eu tenho muita amizade com o povo ucraniano, pessoas do clube, da federação, do dia-dia. É um assunto que ainda mexe, ainda não consigo sorrir do jeito que sorria e só vou conseguir no dia que a guerra parar” desabafou o atleta do Corinthians.

“A única esperança que eles têm é dessa guerra parar. Muitos deles as famílias já foram embora. E hoje eles se encontram em bunkers ou dentro de casa sozinhos, só a espera de um milagre, que é essa guerra acabar”, disse o camisa 18 aos jornalistas sobre a situação da Ucrania.

O atleta também falou sobre os brasileiros que buscavam oportunidades no país do Leste Europeu, principalmente para aqueles sem muitos holofotes. “É muito triste saber que existiam muitos jogadores que estavam indo para a Ucrânia a procura de um desafio, de um contrato melhor. Esse último ano acredito triplicou o número de brasileiros que foram para a Ucrânia, contando segunda divisão, futebol feminino, futsal. Eles começaram a ter mais oportunidades no país. É muito triste sim, nem falo tanto pelos jogadores do Shakhtar, que são muito jovens e têm muita procura. Mas acredito que é mais complicado para aqueles não tão conhecidos e que estavam em busca do espaço por lá. Não converso com todos, mas tem alguns que tenho contato por telefone, que pedem ajuda. Eu tento ajudar da forma que eu posso”, informou Júnior Moraes.

Um pouco sobre a guerra na Ucrânia

A invasão russa no território da Ucrânia começou no dia 24 de fevereiro, quase um mês atrás. Desde então, os conflitos tomaram conta do noticiário internacional e provocou mudanças significativas nas relações diplomáticas entre vários países.

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O principal motivo pelo início da guerra é por conta das negociações para a Ucrânia participar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O medo russo de um aliado dos Estados Unidos da América na fronteira com o país desencadeou uma série de ameaças do presidente Vladimir Putin e, posteriormente, o iminente ataque ao território ucraniano.