O governador do estado da Flórida, Ron DeSantis, emitiu um comunicado oficial dizendo que decidiu revogar o título de Lia Thomas, uma mulher transexual, na prova de 500 jardas livre da natação feminina da NCAA (Liga Universitária Norte-Americana), fazendo com que a segunda colocada Emma Weyant seja declarada campeã.
“Ao permitir que os homens possam competir nos esportes femininos, a NCAA está destruindo as oportunidades para as mulheres, zombando de seus campeonatos e perpetuando uma fraude”, disse DeSantis no texto postado nas redes sociais (veja mais abaixo).
“Se a NCAA estivesse disposta a garantir a integridade da competição feminina, ela (Emma, a vice) teria sido coroada campeã nacional. Ela mereceu isso. Precisamos honrar isso apropriadamente”, continuou o político.
No entanto, esta declaração oficial do governador não altera a classificação final da prova. Oficialmente, Lia Thomas mantém seu título. Ela venceu com quase 2 segundos de vantagem sobre Emma Weyant.
Lia Thomas tem 22 anos de idade e, até 2019, competia entre os homens da Universidade da Pensilvânia com o nome de Will. Porém, em 2020, mudou de sexo e esperou um ano para completar o tratamento de 12 meses para suprimir a testosterona do corpo.
Em novembro de 2021, ela voltou às competições de natação nos Estados Unidos, mas agora na categoria feminina, e vem batendo recorde atrás de recorde, causando muita polêmica.
By allowing men to compete in women's sports, the NCAA is destroying opportunities for women, making a mockery of its championships, and perpetuating a fraud.
In Florida, we reject these lies and recognize Sarasota's Emma Weyant as the best women's swimmer in the 500y freestyle. pic.twitter.com/tBmFxFE3q6
— Ron DeSantis (@GovRonDeSantis) March 22, 2022
A NCAA segue as regras do COI (Comitê Olímpico Internacional) para a inclusão de atletas trans no esporte. É preciso comprovar que o nível de testosterona está abaixo do limite de 10nm/l de sangue por um ano. Em 2022, a USA Swimming anunciou que diminuirá o limite do nível de testosterona, de 10 para 5nml/l, e num período maior, passando a três anos de controle.
Polêmica no pódio
No pódio das 500 jardas, Emma Weyant (2ª colocada), Erica Sullivan (3ª) e Brooke Forde (4ª) posaram juntas sem a presença de Lia Thomas e isso foi visto por muitas pessoas com uma forma de protesto por parte das três mulheres. O trio esteve nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021.
Erica Sullivan, no entanto, afirmou que não foi boicote. “Ser submetida a falsas alegações na mídia conservadora devido a esta foto com minhas amigas de Tóquio não é algo que acontece todos os dias. Como a foto ainda está circulando, achei que seria mais fácil postar a foto pretendida junto com outra foto minha apertando a mão de Lia depois de sua incrível prova de 500 jardas livre”, comentou em postagem nas redes sociais.
“Realmente não poderia ter passado por esse caos sem minha incrível equipe que me defendeu quando senti que estava sendo deturpada e trabalhando tão duro quanto eles para me motivar a fazer o meu melhor pelo Texas. Também agradeço à minha namorada incrível que editou meu artigo com a Newsweek apoiando Lia. Não teria sido capaz de soar tão eloquente ou poderosa sem sua mente e voz incríveis”, escreveu.
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