Três vitórias em três partidas, quinze gols marcados (média de cinco por jogo) e nenhum sofrido. Os números da Seleção Feminina Sub-17 no Campeonato Sul-Americano da categoria são simplesmente incontestáveis. A equipe comandada por Simone Jatobá vem nos mostrando um futebol consistente e de muita imposição na base da força e do talento. E a vitória incontestável sobre o Paraguai nesta terça-feira (8) comprovou mais uma vez a superioridade técnica e tática do escrete canarinho mais uma vez. Destaque para as atuações de Aline Gomes, Ana Júlia, Carol e Jhonson. Aliás, a camisa nove da Seleção Feminina Sub-17 vem se transformando na grande sensação do torneio disputado no Uruguai. Com os dois gols marcados sobre a “albiroja”, ela se isolou na artilharia com cinco gols marcados. Ótimos números e ótimas atuações.
Vitória e classificação! 🇧🇷
Com gols da Aline, Ana Julia, Jhonson (duas vezes) e Kedima, a #SeleçãoFeminina Sub-17 venceu e garantiu a vaga no quadrangular final do Sul-Americano!
O próximo jogo (ainda da fase de grupos) será contra a Venezuela, na quinta-feira, às 18h30! pic.twitter.com/ewxooR960I
— Seleção Feminina de Futebol (@SelecaoFeminina) March 8, 2022
A classificação antecipada para o quadrangular final do Campeonato Sul-Americano também é o prêmio para o trabalho realizado por Simone Jatobá até o momento. Por mais que os adversários da Seleção Feminina na competição não consigam criar lá muitos problemas para a equipe, o que se viu até o momento foram apresentações seguras, muito consistentes e de volume de jogo muito grande até mesmo para o contexto de um torneio Sub-17. Ainda falta o teste contra um adversário mais qualificado e que coloque o sistema defensivo mais à prova para se ter certeza do nível que o escrete canarinho atingiu até o momento. Mas até aqui, precisamos reconhecer que a campanha da equipe de Simone Jatobá é irretocável.
Falando sobre o jogo contra o Paraguai em si, a treinadora da Seleção Feminina repetiu seu 4-2-3-1 costumeiro com Carol cumprindo papel importantíssimo no meio-campo, Ana Júlia e Lara na proteção da zaga, Jhonson no comando de ataque e Aline Gomes e Dudinha explorando bem os lados do campo e gerando amplitude. O lance do primeiro gol (marcado aos logo aos 11 minutos da primeira etapa) mostra bem a função tática exercida pela nossa camisa 10. Sempre que ela voltava para armar o jogo, Jhonson recuava, as volantes se aproximavam e as pontas exploravam o espaço às costas da última linha de defesa do Paraguai. Exatamente como Aline Gomes fez após passe de Carol na intermediária ofensiva.

Carol rouba a bola no meio-campo, as volantes se aproximam, Jhonson arrasta a marcação e as pontas se lançavam no espaço às costas da defesa paraguaia. Aline Gomes fez o movimento correto e foi premiada com o primeiro gol brasileiro na partida. Foto: Reprodução / SPORTV
É interessante notar que todo o jogo da Seleção Feminina parte do 4-2-3-1 costumeiro de Simone Jatobá. E nesse ponto, Carol é muito mais do que “apenas” uma camisa 10. Ela aparece mais atrás, dá combate, ataca o espaço, desafoga o time e ainda aparece no ataque com frequência. A dinâmica exercida por ela junto com as (excelentes) volantes Lara e Ana Júlia é um dos grande diferenciais da estratégia da treinadora brasileira. As dificuldades que o Paraguai encontrava para travar as linhas de passe do escrete canarinho eram evidentes por conta de toda a intensidade colocada por Carol em cada jogada. E sobre intensidade, entenda-se PENSAR E EXECUTAR RÁPIDO. Não se trata apenas de correr por todo o campo. E esse é um dos pontos mais cruciais da Seleção Feminina. A intensidade com que as jogadoras executam os movimentos. Tudo tem funcionado bem.

Carol recua, arma o jogo, desafoga o time e ainda se apresenta como opção de passe nas transições ofensivas. As volantes Lara e Ana Júlia dão o suporte defensivo e o trio ofensivo (Aline Gomes, Dudinha e Jhonson) ataca o espaço às costas da defesa. Foto: Reprodução / SPORTV
A grande verdade é que a Seleção Feminina precisou apenas do primeiro tempo para se impor na base da força e do volume de jogo para despachar a equipe do Paraguai. Ainda que o ritmo na tenha caído um pouco na segunda etapa, é preciso dizer que o escrete comandado por Simone Jatobá manteve a postura mais ofensiva e não abandonou a estratégia em nenhum momento da partida disputada no Estádio Charrúa, em Montevidéu. Inclusive, vale destacar que todos os gols marcados nesta terça-feira (8) seguiram mais ou menos a mesma linha de pensamento. Movimentação para desarrumar as linhas adversárias, intensidade para se posicionar corretamente e aparecer no espaço vazio e fazer a bola rodar. Carol sempre dava o toque de qualidade às jogadas de ataque, mas sempre contava com o suporte do trio ofensivo e da dupla de volantes. Há um plano sendo muito bem executado.

A Seleção Feminina diminuiu o ritmo no segundo tempo, mas não abandonou a estratégia adotada por Simone Jatobá em nenhum momento. Tudo partia do 4-2-3-1 inicial e da dinâmica e intensidade colocadas por Carol desde o meio-campo até o setor ofensivo. Foto: Reprodução / SPORTV
Também precisamos destacar a atuação da linha defensiva brasileira. Mesmo sem sofrer muito contra o Paraguai, Luana, Guta, Grazy e Kedima foram importantes na saída de bola e no suporte ao meio-campo canarinho em vários momentos. Não se trata apenas de se defender e se livrar da bola, mas de fazê-la chegar nos pés das atacantes com qualidade e velocidade. É essa intensidade que Simone Jatobá vem buscando na Seleção Feminina Sub-17 desde o início do seu trabalho e colocando em prática nas partidas do Sul-Americano. Ver jogadoras como Ana Júlia, Carol, Jhonson, Aline Gomes, Dudinha e várias outras é um alento para o futuro com a certeza de que o Brasil estatá muito bem servido de jogadoras intensas e inteligentes num futuro próximo. É por isso que o trabalho de base é crucial para a entrada da nossa seleção no grupo das melhores do mundo.
A vaga no quadrangular final do Campeonato Sul-Americano Sub-17 também dá um certo alívio todo o time e permite que Simone Jatobá tenha mais tempo para fazer novas observações e aumentar ainda mais a qualidade da sua equipe. A Seleção Feminina vem mostrando sua força no Uruguai com ótimas atuações, volume de jogo, intensidade e muita consistência. A tendência é que o nível de exigência suba mais um pouco na fase descisiva da competição. E é por isso que manter o foco é fundamental.

