Home Extracampo Organizada do Corinthians, Gaviões da Fiel fará sátira a Bolsonaro no Carnaval de SP

Organizada do Corinthians, Gaviões da Fiel fará sátira a Bolsonaro no Carnaval de SP

Torcida do Timão vai desfilar no Anhembi com um samba-enredo intitulado “Basta”

Matheus Camargo
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), colaborador do Torcedores.com desde 2016. Radialista na Paiquerê 91,7.
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A Gaviões da Fiel vai desfilar no sambódromo do Anhembi no sábado (23), com um samba-enredo de protesto às desigualdades sociais e aos preconceitos. Segundo a própria escola de samba e torcida organizada do Corinthians, o samba vai abordar diversas facetas da sociedade injusta e desigual.

Entretanto, um dos principais destaques da Gaviões da Fiel ficará por conta de um dos destaques dos carros alegóricos. A escola revelou ao portal F5, da Folha de São Paulo, que mandará em um dos carros uma sátira ao presidente Jair Bolsonaro, com um ‘Bolsonaro gay’, interpretado pelo carioca Neandro Ferreira, de 55 anos, no carro Governantes e Generais. “Vou vir como um Bolsonaro bem gay, bichíssima, dando muita pinta”, disse Neandro ao F5. Ele ainda carregará uma plaquinha escrita “Fora Bolsonaro”.

A Gaviões da Fiel ainda promete um desfile antifascista no Anhembi para tentar buscar o título do Carnaval em 2022. Outro destaque da organizada do Corinthians é que o samba-enredo “Basta” tem como um de seus autores o humorista Marcelo Adnet, que é botafoguense de coração, mas que ajudou na letra da torcida do Timão.

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A Gaviões da Fiel é a 8ª maior campeão do Carnaval de São Paulo, com quatro títulos. Fica atrás da Vai-Vai, com 15 títulos, da Nenê de Vila Matilde, com 11 títulos, da Mocidade Alegre, com 10, da Camisa Verde e Branco, com nove títulos, e da Unidos do Peruche, com cinco.

Veja a letra o samba-enredo da Gaviões da Fiel, organizada do Corinthians:

Sou eu, o filho dessa pátria-mãe hostil
Herdeiro da senzala Brasil
Refém da maculada inquisição
Axé meu irmão!
O pai de mais um João e de mais um Miguel
Na mira da cega justiça que enxerga o negro como réu
Sou eu o clamor da favela
O canto da aldeia, a fome do gueto
Meu punho é luz de Mandela
No samba o levante do novo Soweto
Cacique Raoni da minha gente
Guerreiro gavião, presente!

Essa terra é de quem tem mais
Conquistada através da dor
As migalhas que você me oferece
Só aumentam minha força pra mostrar o meu valor

Meu lugar de fala, a voz destemida
Cabeça erguida por nossos direitos
Quando o fascismo do asfalto
É opressor à militância por respeito
O ventre das mazelas sociais
Ante ao preconceito vai se libertar
Vidas negras nos importam
O grito da mulher não vão calar
Meu gavião chegou o dia da revolução
Onde a democracia desse meu Brasil
Faça o amor cantar mais alto que o fuzil

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Escute o meu clamor
Oh, pátria amada
É hora da luta sair do papel
Basta é o grito que embala o povo
Eu sou Gaviões, sou a voz da fiel