Home Futebol Volta de Xavi e início da reconstrução: como foi a primeira temporada do Barcelona sem Lionel Messi

Volta de Xavi e início da reconstrução: como foi a primeira temporada do Barcelona sem Lionel Messi

Clube trocou de técnico e fracassou na Champions, mas projeta dias melhores para a próxima temporada

Fernando Cesarotti
Jornalista.

Parecia fake news, mas era verdade: em 5 de agosto do ano passado, em meio a uma turbulenta janela de transferências, o Barcelona anunciava a saída de Lionel Messi por “obstáculos econômicos e estruturais”. Em poucas palavras: falta de dinheiro.

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Sem acordo para renovação de contrato com o craque argentino e sem ter como encaixar seu salário de modo a cumprir o fair play financeiro exigido pela Uefa e por La Liga, o Barcelona abriu mão de Messi, que dias depois acertou contrato de dois anos com o PSG, e iniciou o chamado processo de reconstrução.

Nas ligas norte-americanas, esse processo, também chamado de rebuild, costuma durar às vezes mais do que uma temporada, e geralmente significa acumular maus resultados para ter direito a melhores escolhas no draft, o processo de seleção de jovens talentos. Mas o futebol é diferente, e o Barcelona sabia que uma torcida acostumada a títulos não teria tanta paciência. Assim, era preciso buscar resultados do jeito que fosse possível.

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Começo atribulado

E o começo da vida do Barcelona após Messi, que havia passado mais de 15 anos como profissional do clube, não foi nada fácil. Sem muito dinheiro em caixa, o clube se reforçou com os atacantes Memphis Depay, holandês do Lyon, e Sergio Agüero, argentino que deixava o Manchester City após mais de uma década – e que havia sido atraído pela chance de jogar com Messi.

No fim, não ficou com nenhum dos dois. Depois de levar mais de dois meses para se curar de uma lesão muscular, Agüero estreou no dia 17 de outubro, numa vitória por 3 a 1 sobre o Valencia. Marcou seu único gol na derrota por 2 a 1 no superclássico contra o Real Madrid, em casa, uma semana depois. E, após cinco partidas, anunciou sua aposentadoria por causa de um problema cardíaco recém-descoberto.

O mau desempenho no primeiro turno do Campeonato Espanhol e no começo da fase de grupos da Liga dos Campeões foi demais para o técnico Ronald Koeman, que acabou demitido. E então o clube aproveitou para realizar um sonho e repatriar um velho ídolo: Xavi Hernández.

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Cérebro no banco, recomeço aos poucos

Um dos líderes técnicos do super-Barcelona de Pep Guardiola e da Espanha campeã mundial em 2010, Xavi deixou o clube em 2015 e se aposentou depois de quatro anos jogando pelo Al Sadd, do Catar. Lá mesmo, iniciou a carreira de treinador, permanecendo por dois anos e conquistando um título nacional, entre outros torneios de menor expressão.

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A ideia de trazer Xavi já havia sido veiculada antes do início da temporada, mas o desmonte do elenco e a saída de Messi fizeram a diretoria guardar para um momento mais oportuno a aposta na repetição da receita de Guardiola.

No fim, não houve jeito e o começo não foi dos mais promissores: Xavi chegou e não conseguiu classificar o time para os mata-matas da Champions. Com o terceiro lugar na chave, o time foi “rebaixado” para a Liga Europa  Em janeiro, caiu na Copa do Rei diante do Athletic Bilbao, 3 a 2 na prorrogação, em jogo pelas oitavas de final.

Aos poucos, no entanto, o Barcelona começou a se recuperar. Emendou uma série invicta no Espanhol e avançou duas fases na Liga Europa, eliminando Napoli e Galatasaray. No dia 20 de março, o auge: goleada por 4 a 0 sobre o Real Madrid, no Santiago Bernabéu.

Mas o elenco curto cobrou o preço: o time foi eliminado em casa nas quartas de final da Liga Europa, pelo Eintracht Frankfurt, e não conseguiu reagir em La Liga a ponto de ameaçar o título do Real. Acabou sem taças, com o vice nacional, e cheio de esperanças de que a reconstrução possa ter um passo mais promissor a partir da próxima temporada, em agosto.

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