Uma das grandes lideranças no elenco do Atlético, Keno falou abertamente da pressão externa devido aos últimos resultados. Aos 32 anos, o atacante vê como injustas a cobrança exacerbada sobre o trabalho do técnico Turco Mohamed. Para ele, o argentino não pode ser colocado como único responsável pelo momento ruim da equipe.
No sábado, após empate com o Santos estando com um jogador a mais, o torcedor do Atlético vaiou e muito. Nas redes sociais, a irritação é generalizada e são muitos os pedidos pela demissão de Turco.
“A oscilação acontece com qualquer time. Esse ano acho que perdemos dois jogos, Fluminense e o outro foi o América. No ano passado isso não acontecia. É questão de trabalhar, ter um pouco de paciência. No ano passado ganhamos tudo, tinha mais fome de ganhar, conquistamos títulos importantes, a gente fazia gol todo jogo e não sofria, mas acontece. Não é só treinador, a gente vê o povo ‘jogando pedra’, tentando acabar com a vida dele. A gente sente por ele, somos seres humanos. Se ele está sentindo, pode ter certeza que todos os jogadores também estão sentindo por ele”, diz Keno.
“Não é ele só o responsável, nós jogadores também somos responsáveis. Ele dá o trabalho e nós temos que dar o nosso melhor, do goleiro ao atacante. Eu vejo todo mundo massacrando ele, eu sei que duas, três derrotas caem no treinador. A gente também tem que ter um pouco de responsabilidade, entrar em campo e dar o nosso melhor. É como eu falei, quando a fase é ruim a gente tenta tirar leite de pedra, mas eu tenho certeza que a gente vai virar essa página”, completou.
Comparações com Cuca
Entre os torcedores do Atlético, muitos parecem ficar incomodados com o comportamento de Turco durante os jogos. A postura mais tranquila contrasta com Cuca, mais elétrico. Keno foi perguntado sobre o tema.
“Cada um tem sua personalidade. O Sampaoli era diferente do Cuca, gritava o tempo todo na beira do campo. Cuca não gritava, ele conversava, orientava. O Turco é diferente, cada um tem sua personalidade de lidar e precisamos respeitar. Quando acaba o jogo ele vem, conversa e fala o que é preciso. Pra mim não muda se tem um treinador gritando ou não. A personalidade é de cada um e a gente tem que respeitar”, concluiu.
