Desde o início do mês, a atenção da imprensa brasileira e mundial está voltada a comunidade indígena São Rafael, no coração da Amazônia. Isso porque, no dia 05, o jornalista inglês Dominic Mark Phillips, mais conhecido simplesmente como Dom Phillips, e o indigenista Bruno Pereira tiveram seus desaparecimentos relatados.
As buscas, que envolveram diversos agentes de segurança e dezenas de voluntários, encerraram apenas nesta semana, quando os dois foram encontrados sem vida, tendo sido assassinados.
O episódio levanta uma série de questões relacionadas à região, como tráfico de drogas, desmatamento e garimpo ilegal. O britânico, inclusive, estava trabalhando em um livro sobre desenvolvimento local e preservação ambiental.
Dom Phillips morava no Brasil há 15 anos, mas um episódio em particular do futebol marcou sua estadia no país. Trata-se do dia 24 de julho de 2013, data da conquista inédita do Atlético-MG na Libertadores. O jornalista estava cobrindo a partida diretamente do Mineirão, palco da vitória nos pênaltis que garantiu o título do Galo.
Dentre os relatos daquela noite, o que mais Dom Phillips destacou foi a emoção. “Com traços de tortura”, nas palavras do mesmo, cerca de 58 mil torcedores viram Jô e Leonardo Silva anotarem os gols da partida. Antes do segundo tento, que levou a partida para a prorrogação, o jornalista relembra um dos momentos mais tensos do título. O atacante Juan Carlos Ferreyra, do Olímpia (Paraguai), havia passado pelo goleiro “São” Victor e estava com o gol aberto. De forma incrível, o jogador acabou escorregando e não conseguiu marcar, fato que provavelmente tiraria o título do Atlético-MG. “É uma falha que ele lembrará pelo resto da vida”, comentou o jornalista.
Antes das cobranças de pênalti, Dom Phillips citou o momento como “intenso e implacável”. “Um bombardeio estridente de aplausos, xingamentos e assobios, o som de sonhos prestes a serem realizados ou destruídos”, detalhou.
O texto completo do falecido jornalista pode ser lido clicando aqui.
