O Internacional viveu uma quarta-feira (1º) agitada no Beira-Rio, marcada pelo cancelamento do treino da manhã para a reclamação de direitos de imagens atrasados. E as cobranças não pararam por aí. O clube também responde por duas ações movidas por profissionais que deixaram Porto Alegre no ano passado.
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Clube quase ficou impedido de registrar atletas
O espanhol Miguel Ángel Ramírez ficou pouco tempo no Colorado. O técnico comandou a equipe por apenas três meses, de março a junho de 2021. Na ocasião, ficou definido que receberia R$ 3,9 milhões em três parcelas pela rescisão de contrato. De acordo com levantamentos de GaúchaZH e do UOL, duas prestações atrasaram e os advogados do treinador notificaram o Internacional em novembro.
Um mês depois, em 3 de dezembro, Ramírez entrou com ação na Fifa. O clube propôs a quitação em 36 vezes, mas o espanhol rechaçou. Em abril, a Câmara de Status de Jogadores da entidade reconheceu a dívida e estabeleceu o prazo de 45 dias para o pagamento. Se não efetuado, o Internacional poderia sofrer a aplicação de transfer ban. Ou seja, seria proibido de inscrever novos jogadores na próxima janela de transferências. Mas o Colorado conseguiu a extinção do processo ao fechar um acordo definitivo para o pagamento.
Em nota, o Internacional define a demanda da Fifa como consequência de “controvérsias na negociação” e comunica a resolução da pendenga. “Todas as questões foram devidamente resolvidas sob ponto de vista jurídico e financeiro a partir de uma composição final entre as partes. Não há processo em tramitação que envolva o ex-treinador e o Sport Club Internacional“, justifica o clube no texto. Miguel Ángel Ramírez foi demitido na última terça (31) do norte-americano Charlotte FC, onde estava desde julho do ano passado.
Indenizações por tratamento de lesões
Outro que moveu ação contra os gaúchos foi Renzo Saravia. O lateral-direito argentino, que atuou nas temporadas 2020 e 2021 no Beira-Rio, cobra R$ 8,6 milhões na Justiça do Trabalho do Rio Grande do Sul por direitos trabalhistas que não teria recebido. A informação foi divulgada pelo jornalista Ancelmo Góis, de O Globo.
Atualmente no Botafogo, Saravia solicita indenização que corresponde à maior parte do valor requerido, de cerca de R$ 5,9 milhões, pelo período em que realizou tratamento médico na capital gaúcha. O atleta passou por duas intervenções cirúrgicas enquanto foi jogador colorado. A primeira delas, após sofrer uma ruptura do ligamento cruzado no joelho direito, o fez ficar oito meses fora dos gramados. O restante da quantia é resultante da alegação de atrasos em férias, 13º e premiações não-recebidas.
Segundo informações de Gaúcha ZH, o vice-presidente jurídico do Inter, Guilherme Mallet, comunicou que ação foi movida por Saravia em março e que o atleta não tem direito aos valores pretendidos, por ter se recuperado dos problemas médicos e recebido os salários em dia enquanto esteve no Beira-Rio. “Em especial, quanto ao pedido de seguro-acidente, é público e notório que o atleta teve uma lesão corriqueira, foi tratado e recuperado por nosso Departamento Médico, recebendo todos os salários do período e segue trabalhando normalmente“, disse o dirigente, em nota.

