La Liga, a entidade que reúne os clubes espanhóis e gerencia a organização do Campeonato Espanhol, anunciou que vai denunciar o Paris Saint-Germain à Uefa por descumprimento das regras de fair play financeiro.
Segundo os dirigentes espanhóis, o clube da capital francesa investe em contratações e salários de jogadores valores que estão além de sua capacidade orgânica de geração de receitas. O PSG pertence a um fundo de investimentos com grande participação do governo do Catar, ao qual seu presidente, o empresário e ex-tenista Nasser Al-Khelaïfi, é ligado.
Khelaïfi, aliás, pode ser alvo de outro protesto, por conflito de interesses, uma vez que o dirigente também faz parte do comitê executivo da Uefa, a entidade que gerencia o futebol europeu, é o presidente da Associação dos Clubes Europeus (ECA, na sigla em inglês) e ainda comanda a BeIn, grupo de mídia que disputa os direitos de transmissão de TV para o Oriente Médio.
Além do PSG, La Liga já protestou em abril contra o Manchester City, que pertence a um fundo ligado à família real dos Emirados Árabes. O City acaba de fazer o grande negócio da janela de transferências europeia, a contratação do norueguês Haaland, enquanto o PSG desembolsou uma bolada para renovar o contrato de Mbappé e evitar sua saída para o Real Madrid.
“La Liga considera que essas práticas alteram o ecossistema e a sustentabilidade do futebol, prejudicam a todos os clubes e ligas e só servem para inflacionar o mercado de forma artificial, com dinheiro que não é gerado no próprio futebol”, diz o texto enviado à imprensa.
Segundo os espanhóis, os chamados “clubes-Estado” “recebem injeções diretas de dinheiro atras de contratos de patrocínio e do outros tipos que não correspondem às condições do mercado e nem têm sentido econômico”.

