Home Futebol Pelé envia carta aberta a Putin pedindo fim da guerra na Ucrânia: “Perverso e injustificável”

Pelé envia carta aberta a Putin pedindo fim da guerra na Ucrânia: “Perverso e injustificável”

Pelé publicou texto no Instagram pedindo que Vladimir Putin acabe com conflito na Ucrânia

Mário André Monteiro
Jornalista com passagens por Portal iG, Fox Sports e Osasco Audax. Atualmente editor na Jovem Pan News e no Alemanha FC (http://www.alemanhafc.com.br). No Twitter: @alemao_mario e no Instagram: @marioalemao

Pelé já foi responsável por parar uma guerra no passado e agora quer acabar com outra. Nesta quarta-feira (01), o Rei do Futebol enviou uma carta aberta a Vladimir Putin, presidente da Rússia, pedindo o fim da invasão na Ucrânia.

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O ex-jogador do Santos e da seleção brasileira aproveitou o jogo entre Escócia e Ucrânia, válido pela repescagem das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, para publicar em seu Instagram oficial o texto endereçado a Putin (confira a postagem no final desta matéria).

O jogo terminou com vitória ucraniana por 3×1.

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“Daqui a alguns minutos, a Ucrânia joga sua primeira partida oficial desde o início do conflito. Eu escrevi esta carta pessoalmente. Espero que a violência acabe e que possamos juntos construir um mundo melhor”, disse Pelé na legenda da postagem.

Na carta, o tricampeão da Copa disse que não existem argumentos que justifiquem a violência. “Esse conflito, assim como todos outros, é perverso, injustificável e não traz nada além de dor, medo, terror e angústia. Não há razão para que ele perdure ainda mais tempo”.

“Quando nos conhecemos no passado e trocamos um grande sorriso acompanhado de um longo aperto de mão, era inimaginável que poderíamos um dia estar tão divididos quanto estamos hoje”, comentou Pelé, relembrando o encontro que teve com Putin em 2017, um ano antes do Mundial na Rússia.

E Pelé continuou: “A guerra só existe para separar nações, e não há ideologia que justifiquem os mísseis que agora enterram sonhos de crianças, separam famílias e matam inocentes”, disse o Rei.

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“Eu já vivi oito décadas, nas quais testemunhei guerras e vi líderes bradando ódio em nome da segurança do próprio povo. Não podemos regredir a esses tempos”.

“Anos atrás, eu prometi para mim mesmo que, enquanto eu conseguir, sempre levantarei minha voz a favor da paz. O poder de dar um fim a este conflito está nas suas mãos. As mesmas que apertei em Moscou, no nosso último encontro, em 2017”, finalizou Pelé na carta.

Pelé parou uma guerra

Em 1969, quando defendia o Santos, Pelé ajudou a parar um conflito armado na Nigéria por algumas horas. O clube paulista fazia uma excursão na África e surgiu o convite do governo nigeriano para jogar no país, que vivia sob ditadura militar.

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O jogo aconteceu em Benin City, cidade localizada em região separatista que estava em guerra com o governo militar desde 1967. Houve um acordo de cessar-fogo para que o Santos pudesse chegar ao local da partida e poder entrar em campo.

Todos queriam ver Pelé e, por algumas horas, o país ficou em paz. Depois, o conflito na Nigéria seguiu até 1970. Cerca de 2 milhões de pessoas morreram durante a guerra civil nigeriana.