Vivendo grande fase no Palmeiras e dividindo a atenção com Raphael Veiga, Gustavo Scarpa ainda tem futuro incerto no clube. Nesta quarta-feira (1º), em entrevista ao GE, o jogador de 28 anos de idade revelou irritação com alguns técnicos durante a sua passagem pelo clube alviverde, que iniciou em 2018.
Revelado pelo Fluminense como meia, Scarpa atuou em diversos momentos como ponta e até lateral-esquerdo durante os últimos anos. Apesar de entender a necessidade de se entregar para o bem do clube, o jogador ressaltou que já se irritou por sempre ser o atleta a se sacrificar pela estratégia do treinador.
“De 2018 até o Abel chegar, eu não tinha jogado de meia. Eu só jogava de ponta, ponta-direita, ponta-esquerda. Aí quando o Abel chegou, eu fui primeiro utilizado de lateral-esquerdo. Inclusive, eu prefiro jogar de lateral-esquerdo do que de ponta. E aí, quando me colocaram na meia e eu comecei a render, o pessoal falou: ‘Puts, ganhamos um meia’. Que eles já tinham há muito tempo! Eles só não utilizavam como meia”, ressaltou.
“Aí eu já tive essa conversa com o Abel, porque até com ele, como com os treinadores anteriores, eu sofri um pouco com isso. Pô, tá faltando alguém em alguma posição, coloca o Scarpa. Isso tanto em treino quanto em jogo. Isso começou a me deixar um pouco irritado. Já não estava gostando tanto”, contou Scarpa.
Chegou uma hora em que me posicionei. Falei: ‘Professor, quero jogar na minha posição’. ‘Ah, agora não dá, a partir do ano que vem’. E aí foi quando ele me deu oportunidade na meia”
“Eu realizei sonhos, fui campeão da Libertadores. Mas se fosse para escolher, eu escolheria ter jogado (as finais da Libertadores e do Mundial) na meia. Independentemente da posição, foi um sonho realizado, foi top, uma experiência muito marcante, porque acho que nem eu sabia que podia marcar tão bem, que era tão defensivo. Por já ter essa missão antes do jogo, essa obrigação defensiva, acabei nem me preocupando em atacar, que é minha principal característica”, disse o meia do Palmeiras.
Scarpa na temporada:
— Análise Verdão (@AnaliseVerdao) May 31, 2022
⚔️ 22 jogos (18 como titular)
⚽ 4 gols
🅰️ 4 assistências
👟 2,9 finalizações/jogo
🛠 4 grande chances criadas
❌ 1 grande chances perdidas
🔑 2,4 passes decisivos/jogo
↪️ 34% cruzamentos certos
💪🏼 43% disputas de bola ganhas
Merece renovação? 🤔 pic.twitter.com/39lPb08rrU
Scarpa e a sua relação com futebol
Vivendo o auge da carreira e conquistando títulos em um time histórico no Palmeiras, Gustavo Scarpa não vive apenas de futebol. Quando pode, deixa o jogo de lado e pensa em outras coisas que fazem bem para ele, como o cubo mágico.
“Eu gosto para caramba, amo futebol, amo o que faço. Mas encaro o futebol como uma profissão. Claro, uma profissão diferente, mas é a minha profissão. Então eu preciso às vezes de um escape para aliviar a tensão que o futebol traz. E encontrei nessas coisas um certo refúgio”, contou o meia.
“Muito prazer. Quando o futebol não me der mais prazer, quando eu entrar em campo e não ficar nervoso, quando pegar para bater um pênalti e não tremer na base, chegou a hora de parar. Como ainda sinto essas coisas, pretendo continuar no futebol por um bom tempo”, ressaltou Gustavo Scarpa.
Scarpa é completamente DODÓI pic.twitter.com/aqvpVzW37m
— INFOS Palestra (@Infos_palestra) May 31, 2022
Questionado se ele costuma assistir aos jogos de futebol além do Palmeiras, o jogador foi categórico: “difícil, muito difícil”.
“Às vezes, sei lá, vou e assisto ao final do jogo. Recentemente parei um domingo com a minha esposa, onde a gente estava… mas eu estava com o cubo mágico, então já estava rolando. Mas é muito difícil eu parar para assistir. Bem difícil mesmo”, revelou o jogador do Palmeiras.
“Às vezes eu acho um desperdício o cara ficar no futebol, mano”.
“Só futebol, só futebol. Tem tanta coisa legal, sabe? Tipo, vai jogar videogame, é Fifa. Vai assistir a um jogo, é futebol. Vai viajar, é Orlando. Eu falo isso pro Zé Rafael (volante do Palmeiras) direto. Nunca vi, todo ano vai para Orlando, cara, todo ano. Vem cá, tem tanto lugar legal no mundo. Vai visitar Orlando uma vez, passa dois, três anos, vai de novo, mas, pô, todo ano? Acho que alguns caras são meio bitolados nessa coisa. Eu acho um desperdício, sabe?”, concluiu Gustavo Scarpa.

