Um dos torcedores do Boca Juniors preso na Neo Química Arena no dia 28 de junho após cometer atos de racismo contra torcedores do Corinthians segue detido em São Paulo. Outros dois pagaram fiança de R$ 20 mil e saíram para responderem ao processo em liberdade.
Agora, porém, segundo publicação do Blog do Perrone, do UOL Esporte, a Defensoria Pública de São Paulo pediu que o torcedor que restou seja solto sob dispensa do pagamento da fiança. Segundo a publicação, um dos argumentos é que “manter a prisão do torcedor representa a criminalização da pobreza”.
O torcedor, chamado José Rolambo Lisa Ragga foi indiciado por injúria racial, mas foi denunciado por racismo pelo Ministério Público de São Paulo. Como os outros dois que foram presos com ele já foram soltos após o pagamento da fiança, a Defensoria entende que “o indiciado não possui as mesmas condições financeiras para o pagamento”, segundo trecho do pedido. Outro ponto diz que “o fato de ser assistido pela Defensoria Pública demonstra sua escassez de recursos”.
Ragga foi visto imitando macacos em direção aos torcedores do Corinthians. Ele está sujeito a pena de três anos de reclusão, em caso de condenação.
Atos de racismo em quase todos os confrontos
O Corinthians enfrentou o Boca Juniors em quatro oportunidades na Copa Libertadores da América. Nos três primeiros jogos, um na Bombonera e dois na Neo Química Arena, foram constatados atos de racismo contra os corintianos. Na Argentina, nada ocorreu, já na Arena, torcedores acabaram detidos. Todos eles, porém, pagaram fiança, exceto José Rolambo Lisa Ragga.
Para o jogo da volta das quartas de final, que terminou com a classificação do Corinthians, nos pênaltis, o Boca Juniors lançou uma campanha para que seus próprios torcedores não cometesse atos racistas na partida. Os jogadores, inclusive, entraram com uma faixa pedindo para que o crime não se repetisse.
