Fórmula 1: há 15 anos, McLaren era punida por espionar a Ferrari; relembre
Entenda uma das maiores polêmicas da F1, confira detalhes
Criador: Clive Mason | Crédito: Getty Images Direitos autorais: 2003 Getty Images
Mike Coughlan e Nigel Stepney nunca entraram em um carro de Fórmula 1, mas se tornaram mundialmente famosos há 15 anos. Acontece que o então projetista-chefe da equipe britânica e o chefe de mecânicos da Scuderia foram os protagonistas do maior escândalo de espionagem do automobilismo até o momento.
Entenda o caso
O caso foi tão notório que ficou conhecido como “Spygate”, e se tornou o início de uma enorme batalha fora das pistas. A McLaren foi acusada por estar se beneficiando de informações correspondentes a um projeto de propriedade da Ferrari.
O começo do caso surgiu em 21 de junho de 2007, quando a equipe italiana percebeu irregularidades em um dos seus veículos, e analisou mais de perto as ações de Stepney. O então chefe de mecânicos da Ferrari acabou sendo afastado, e se defendeu dizendo ser parte de um jogo sujo da equipe.
No entanto, quando a Ferrari analisou cuidadosamente, descobriu um roubo de dados após uma denúncia realizada por um funcionário da copiadora próxima a uma sede da McLaren. Segundo o informante, ele teria copiado 780 páginas na Inglaterra de um material confidencial que acreditava ser parte da equipe italiana e posteriormente teria sido entregue ao projetista britânico.
Em uma auditoria feita pelos italianos descobriram a irregularidade de Stepney e Coughlan. Assim sendo, acionaram de imediato a justiça, permitindo a demissão do funcionário. Já a McLaren decidiu apenas suspender o seu envolvido até a resolução da investigação. Logo, o caso seria levado à polícia britânica e a FIA para um julgamento.
Julgamento e resolução do caso
A FIA descobriu que Stepney teria transmitido a Coughlan dados de extrema importância sobre o funcionamento dos carros italianos. Entre as informações estariam dados de telemetria, aerodinâmica e muitas outras informações envolvendo carros e motores. Levando assim à apertura de um inquérito em 4 de julho.
Entretanto, foi em 13 de setembro de 2007 que a FIA entendeu que a McLaren usou as informações transmitidas nos documentos pelo rival. Logo, foi punida e excluída do Mundial de Construtores daquele ano, assim como teve que pagar um valor de US$100 milhões como parte de uma multa. Esse valor, é até agora o valor de penalidade mais alto estabelecido pela Fórmula 1.
Finalmente, ambos funcionários não foram banidos da categoria, embora admitissem sua participação. Coughlan foi demitido em 2008 por outros motivos, e voltou em 2011 na Williams onde permaneceu até 2013. Por outro lado, Stepney continuou os trabalhos no Mundial de Endurance até que em 2014, aos 56 anos, faleceria como vítima de um acidente de trânsito.

