Pouco lembrado por suas passagens em clubes brasileiros, o atacante Rafael Ratão, revelado pelo São Paulo e com passagem pela Ponte Preta, venceu problemas extracampo para, aos 26 anos, em seu 16º clube, brilhar de vez na Europa. Ele é atualmente um dos principais jogadores do Toulouse, da França, e ganhou o apelido de “Neymar” de seus torcedores.
Em entrevista ao jornalista Rafael Reis, em seu blog do UOL Esporte, Ratão disse que é uma honra o apelido que recebeu.
“Me chamam de ‘Neymar de Toulouse’, o que é uma honra enorme”, disse o atacante ex-São Paulo. “Como o futebol daqui é muito físico, o torcedor francês gosta demais dos jogadores que fazem diferente, que arriscam um drible novo.”
Ratão, inclusive, já encontrou Neymar nesta temporada. Em duelo com o PSG, o jogador conseguiu trocar camisas com o camisa 10 do clube francês.
“Quando terminou o primeiro tempo, fiquei com um pouco de vergonha, mas cheguei todo sem jeito nele e falei: ‘Ney, você pode me dar sua camisa?'”, disse o atleta do Toulouse. “Para minha surpresa, ele também quis ficar com a minha.”
Jogador venceu indisciplina e depressão
O atleta não conseguiu espaço no São Paulo, na Ponte Preta, e em nenhum outro clube que atuou no iníco da carreira por conta dos casos de indisciplina. Ele defendeu também Penapolense, Boa Esporte, Guaratinguetá, Náutico, além dos asiáticos Albirex Niigata, do Japão, e Chungju, da Coreia do Sul.
“Eu era terrível, e isso me atrapalhou não só no São Paulo, mas também na Ponte”, admitiu Ratão, que passou ainda por Atlético Tubarão, Luverdense, Novorizontino e Oeste, até chegar ao Zorya, da Ucrânia, e depois ao Slovan Bratislava, da Eslováquia, onde foi tetracampeão nacional e brilhou antes de chegar ao Toulouse. Porém, em meio ao sucesso na Eslováquia, ele recebeu proposta do mundo árabe e a indefinição o feriu mentalmente. Ele foi acometido pela depressão e teve que lidar com a doença para voltar a avançar na carreira.
“Foi um período muito difícil. Eu não queria saber de nada, nem de comer”, admitiu o atacante. “Recorri à terapia, que funcionou e continua funcionando muito bem para mim. Hoje, coloquei minha família inteira para fazer terapia.”

