Em agosto de 1997, o Flamengo vivia dias difíceis. O clube tinha acabado de trocar de técnico, saiu Sebastião Rocha e chegou Paulo Autuori. Dias antes, torcedores flamenguistas tinham ateado fogo ao auditório da sede do clube.
Em meio àquela bagunça, a equipe viajou para Europa, onde participou do Torneio Palma de Mallorca, na Espanha. Nesse jogo, Sávio, então a maior estrela do elenco flamenguista, destruiu a defesa do Real Madrid. No time carioca atuavam também Renato Gaúcho e Juan, que seria zagueiro titular da seleção brasileiras por muitos anos.
O Real Madrid jogou torneio com sua força máxima: Roberto Carlos, Seedorf, Raúl, Mijatovic e outras feras. O Flamengo de Autuori e Sávio, por sua vez, não tomou o menor conhecimento do adversário.
No primeiro tempo, após uma ótima jogada de Sávio, Maurinho abriu o placar para os cariocas. Depois dessa participação, os craques merengues passaram a marcar o atacante flamenguista sem piedade. Seedorf e Secretário foram responsáveis por entradas duríssimas no jogador.
Sávio, no entanto, continuou arrebentando. Após roubar uma bola de Secretário, o atacante iniciou a jogada que acabaria no segundo gol rubro-negro, marcado por Lúcio Bala. Sávio ainda marcaria um gol de pênalti, sofrido por ele após outra entrada dura de Secretário. O jogo acabaria 3 a 0, fora o baile.
O desempenho de Sávio produziu enorme interesse pelo jogador pelos gigantes europeus. Pouco meses depois, ele acabaria vendido para o mesmo Real Madrid, onde Sávio conquistaria inúmeros títulos.
Os 20 milhões de dólares que o Real Madrid pagou por Sávio tornaram o atacante a maior venda da história do Flamengo até aquele momento.
O Flamengo acabaria perdendo por 2 a 0 a decisão do torneio para o Mallorca, que no jogo anterior havia vencido o Vitória-BA.

