Home Extracampo Copa do Mundo: lateral da Bélgica, Thomas Meunier, critica postura da Fifa em relação a protestos anti-discriminação

Copa do Mundo: lateral da Bélgica, Thomas Meunier, critica postura da Fifa em relação a protestos anti-discriminação

Jogador não concordou com o posicionamento tardio da entidade

Bruno Bravo Duarte
Bruno Bravo Duarte é um jornalista que atua como editor, redator e repórter há mais de dez anos. Formado em Comunicação Social com habilitação em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá em 2004, teve passagens por EQI Investimentos, Naspistas.com, Jornal Povo, Jornal do Rock e Niterói TV. Atualmente no Torcedores.com

O lateral da Bélgica, Thomas Meunier, participou de uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (21) e utilizou o espaço para criticar a postura da Fifa, na Copa do Mundo do Catar. De acordo com o atleta, a entidade demorou a tomar uma decisão sobre os protestos relacionados aos direitos humanos no país árabe.

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“Conversamos sobre isso entre nós e chegamos à conclusão de não usar essa braçadeira. É uma pena. Todos nós sabemos como é aqui no Catar do ponto de vista dos direitos humanos e de outros direitos. Há muitas diferenças entre aqui e a cultura europeia. Ao mesmo tempo, também conhecemos as regras da Fifa. Temos que aceitá-lo. Catar e Fifa trabalham juntos e aplicam as regras que querem. Não há muito mais a fazer. Honestamente, se quiséssemos fazer as coisas direito, não viajaríamos para o Catar”, explicou.

A entidade máxima do futebol proibiu o uso da braçadeira “One Love”, que conta com as cores do arco-íris. A iniciativa, que seria adotada por algumas seleções europeias, tinha como objetivo protestar contra a criminalização da homossexualidade no Catar.

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“Mas é muito tarde. Você tem que aceitar as regras. Queríamos usar esta braçadeira, mas é uma pena. Todos nós aceitamos. É tarde demais. Queríamos agir para defender certas causas. O problema é que tudo está sujeito a sanção e suspensão. Se usássemos a braçadeira, receberíamos o cartão amarelo. O que ainda podemos fazer neste momento? Há meses, o Catar tem sido tema de discussão. Mas é muito tarde. Mas a certa altura é melhor ficarmos calados e focarmos melhor no futebol”, explicou.

Meunier ainda foi questionado sobre um possível boicote na Copa do Mundo 2022 e se posicionou contrário a este tipo de ação.

“Ficaria em uma posição delicada. Pessoalmente, não poderia boicotar esta Copa do Mundo depois de jogar quatro anos pelo PSG. Hoje, não posso cuspir no prato que comi dizendo que os qataris são “bastardos”. Não tenho condições de me posicionar porque quando assinei já sabia o que estava acontecendo aqui e já sabia que um estado era dono de um clube europeu. Você poderia ter dito na época que eu apoiei o que estava acontecendo no Catar enquanto jogava pelo PSG”, comentou.

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Por fim, o jogador criticou o posicionamento da imprensa em relação a seleção belga. Para o lateral, existe um certo pessimismo, o que pode causar impacto na torcida.

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“Vocês, jornalistas, são o principal elo entre a seleção e os torcedores. Então, quando criticam e repetem sem parar que a Copa do Mundo vai ser difícil, isso contagia as pessoas. Vou comparar a situação com a Holanda: nos jornais há muito otimismo, mas em nenhum caso os coloco como campeões mundiais. No entanto, eles todos acreditam nisso. O mesmo na Inglaterra durante o Euro com seu ‘It’s coming home”. Deveria acontecer uma “vibração” positiva. Não vejo isso na Bélgica. É bom falar sobre o derrota contra o Egito nos jornais e na televisão. Há coisas para analisar e nem tudo são flores, mas em termos de comunicação, a imprensa tem um papel a desempenhar junto do grande público. Meus amigos são influenciados pela análise da mídia. É aqui que devemos falar com um pouco mais de otimismo sobre a seleção nacional antes de jogar partidas da Copa do Mundo para enviar vibrações positivas e garantir que seja um bom torneio”, finalizou.

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