Famoso por ser um dos maiores mecânicos e acertadores de carros da Fórmula 1, Nelson Piquet entrou para a história ao ser o segundo brasileiro a obter grande sucesso na categoria. O piloto conquistou três títulos e teve passagens pela Brabham, Williams, Lotus e Benetton, deixando o circo da F-1 em 1991.
No ano seguinte, Piquet se aventurou no automobilismo norte-americano e investiu na Fórmula Indy. A bordo de uma Menard’s, o brasileiro sofreu um grave acidente nos treinos para as 500 milhas de Indianápolis.
Em 1993, Piquet retornou ao templo do automobilismo e conseguiu uma vaga no grid, porém abandonou a prova com problemas mecânicos.
O brasileiro triunfou no Grande Prêmio do Brasil em duas ocasiões, aliás, seriam três se não houvesse a desclassificação em 1982. Ao contrário dos outros brasileiros, que venceram em Interlagos, Nelson conquistou as suas vitórias no Rio de Janeiro, no autódromo que levava o seu nome, em Jacarepaguá. O Torcedores.com volta no tempo para relembrar estes três momentos.
1982: depois de uma vitória, a desclassificação
Campeão mundial, Piquet chegou como favorito para o GP do Brasil de 1982. O brasileiro conseguiu obter um bom desempenho com a sua sua Brabham e garantiu o triunfo ao segurar Keke Rosberg e Alain Prost no circuito carioca. Nelson venceu, subiu ao pódio e desmaiou em sua coroação.
Apesar do término emocionante, o carro de Piquet estava com algumas irregularidades naquele domingo. A Brabham estava abaixo do peso permitido e contava com galões de águas, que foram utilizados para resfriar os feios. A iniciativa, que pode ter sido desenvolvida pelo brasileiro, foi considerada ilegal pela Federação Internacional de Automobilismo.
Vale lembrar que ao longo de sua carreira, Piquet apostou em inúmeras inovações na Fórmula 1. Além de desenvolver a manta térmica que mantém pneus aquecidos, Nelson foi um dos idealizadores da suspensão ativa da Williams, que garantiu o título a Nigel Mansell em 1992. Na ocasião, o Leão pilotava o lendário FW14B, considerado o carro mais tecnológico da história da Fórmula 1.
1983: Piquet foi impulsionado pelo motor BMW Turbo
No ano seguinte, o brasileiro retornou ao Autódromo Nelson Piquet determinado a vencer. O então piloto da Brabham, contava com um conjunto que aliava equilíbrio e boa velocidade, oriúnda do motor BMW Turbo. Desta forma, Piquet largou da quarta posição e assumiu a ponta no início da corrida.
Keke Rosberg foi o segundo, mas passou por um grande susto no Grande Prêmio. O carro do finlandês pegou fogo no reabastecimento, porém o incêndio foi controlado. Keke conseguiu retornar a prova com o auxílio dos mecânicos, mas foi desclassificado ao ser empurrado dos boxes.
O lance gerou grande polêmica. A direção de prova optou por não promover Niki Lauda, o terceiro, a segundo. Desta forma, a corrida teve um vencedor e na sequência um terceiro e quarto colocados.
Uma curiosidade por parte do GP do Brasil de 1983 é o tema da vitória. Imortalizada em conquistas de Ayrton Senna, a música foi solicitada pela Rede Globo e executada pela primeira vez nesta prova, que foi vencida por Nelson Piquet.
1986: dobradinha brasileira, Piquet e Senna no alto do pódio
Nelson Piquet e Ayrton Senna dominaram o GP do Brasil de 1986. O paulistano anotou a pole position e o carioca conquistou a sua segunda vitória no Rio de Janeiro.
Senna disparou na largada e Nelson ficou para trás, após ser superado por Nigel Mansell, o seu companheiro de equipe.
Afobado e atrapalhado, o Leão cometeu um erro e cedeu a sua posição para Piquet, que começou a pressionar Senna. No decorrer da prova, o carioca conseguiu ultrapassar o paulista e conduziu a sua Williams para a vitória. Ayrton optou por poupar o equipamento de sua Lotus e garantiu a segunda colocação.
Com o triunfo brasileiro, Piquet e Senna não pareciam grandes rivais no pódio. Os dois empunharam a bandeira nacional e brindaram a torcida carioca com uma grande corrida.