Campeão do Rally dos Sertões 2022 na classificação geral, Lucas Moraes vive uma ansiedade por mais um desafio na sua carreira. Ele irá estrear no Dakar Rally, competindo pela equipe belga Overdrive / Toyota. Além disso, ele disputará uma das principais corridas no mundo na categoria principal, a T1+, fazendo parte da Red Bull, uma das principais patrocinadoras não só do esporte a motor, mas também do mundo esportivo como um todo.
“Eu sou muito grato à Red Bull e a todos os outros parceiros por essa oportunidade – é um verdadeiro sonho poder competir no Dakar. Disputar o Dakar na categoria principal é, para um piloto de rally, como chegar à Fórmula 1. Esse é o único parâmetro de comparação que me vem à mente para explicar o momento que estou vivendo agora”, disse Lucas Moraes.
Para a disputa do Dakar ele terá ao seu lado o experiente navegador Timo Gottschalk. O alemão inclusive já venceu a competição em 2011.
Expectativa por estrear no Dakar
“Como estreante, tenho muito o que aprender com a equipe. Não é à toa que o Dakar tem essa aura de desafio gigantesco e até mesmo quem já o venceu antes sabe que é preciso respeitá-lo. Eu já estou feliz só de estar lá. Mas vou fazer o meu melhor em cada momento, vou aproveitar cada oportunidade nos 16 dias de corrida”, completou.
Sucesso no Rally dos Sertões abriu portas para Lucas Moraes
Ao lado de Kaíque Bentivoglio, Lucas Moraes venceu o Rally dos Sertões em 2019 e repetiu a dose em 2022. Além disso, ambos tiveram um desempenho elogiável na Copa do Mundo FIA de Rally Cross-Country, disputada na Espanha, dois meses antes do bicampeonato.
Eles alcançaram o terceiro lugar, superando vários pilotos de renome do rally internacional, inclusive até ficando à frente em alguns momentos até mesmo a favorita dupla Nasser Al-Attiya/Mathieu Baumel – atual tetracampeã do Dakar. O duo brasileiro disputou a corrida com um modelo Toyota Overdrive T1+, mesmo carro que Moraes usará na principal prova do rally mundial.
O desempenho em duas corridas importantes da atual temporada foi o cartão de visitas que “apresentou” o brasileiro como potencial piloto para o Dakar. “Após os resultados do Mundial na Espanha e com o bicampeonato no Sertões, as conversas para o Dakar começaram a esquentar”, conta Moraes. “Estou muito feliz por ter essa oportunidade e darei o melhor para representar bem o Brasil”, diz o novo atleta da Red Bull.
Troca de navegador
Apesar do sucesso com Kaíque, para a disputa no Dakar a escolha foi para fazer uma dupla com Timo Gottschalk. Essa mudança foi uma decisão em conjunto, entre Lucas Moraes, a equipe Overdrive e o próprio Bentivoglio. O foco foi ver Lucas estrear na categoria sendo orientado por alguém com experiência na competição.
Por outro lado, o navegador brasileiro terá como foco participar de competições no deserto ao longo de 2023, justamente para poder ganhar experiência nesse tipo de terreno.
“Eu e o Kaique somos parceiros há dez anos e estaremos juntos em vários outros rallies. Mas como o Dakar requer uma navegação completamente diferente, a Overdrive ponderou que alguém como Timo pode fazer a diferença”, conta Lucas Moraes.
“Por exemplo, eu nunca competi em um deserto totalmente formado por areia, com dunas que chegam a 200 metros de altura, como vamos enfrentar na Arábia Saudita. Tenho ainda uma curva de aprendizado pela frente”, concluiu.
Entrada na Red Bull
Com a entrada de Lucas Moraes a empresa de energéticos chega a um time de 26 atletas e dois players no Brasil. Dentre os principais citamos Pedro ‘Scooby’, Letícia Bufoni, Ítalo Ferreira, Lucas Fink, Sandro Dias, Lucas ‘Chumbo’, Cacá Bueno, Felipe Fraga e o streamer Gaules.
Mais informações do Dakar Rally
A 45ª edição do Rally Dakar terá início no dia 31 de dezembro com um prólogo às margens do Mar Vermelho, terminando em 15 de janeiro na região de Dammam, sempre sem deixar o território da Arábia Saudita, mas com o roteiro ainda não anunciado.
Será um trajeto 70% inédito e mais longo do que o do ano anterior. Esportivamente, a principal modificação para os pilotos dos carros, como Lucas Moraes, é o fato de os trechos especiais terem em média 450km sem deslocamentos neutralizados. Ou seja, competição pura e sem interrupções.

