Prestes a lançar um documentário sobre a sua vida, Jackie Stewart analisou a sua carreira e os ricos da Fórmula 1 durante os anos de 1960 e 1970. Para o ex-piloto da Tyrrell, as mortes em acidentes daquela época estavam associadas à organização dos Grandes Prêmios.
“Naquela época, nunca parávamos uma corrida. Nós passávamos através do fogo em caso de um acidente com incêndio. Todos eram amigos, essa era a grande coisa naqueles dias. Todos nós saímos de férias juntos. Jochen (Rindt) e Piers Courage, Jimmy Clark e Graham (Hill). E Bruce McLaren, também. Passávamos muito tempo juntos e realmente tínhamos um grande grupo de pessoas e, infelizmente, muitos morreram”, declarou o tricampeão.
Stewart também comentou sobre os carros e os circuitos daquela época. Para o escocês, estar em um Grande Prêmio era sinônimo de enfrentar a morte a cada domingo de corrida.
“Não havia áreas de escape, não havia barreiras deformáveis. Nos cockpits do carro, estávamos sentados em tanques de combustível o tempo todo, literalmente completamente sob suas pernas.” comentou.
Jackie ainda lutou por reformas em autódromos que não eram seguros na época. Nürburgring, na Alemanha, era o principal alvo das críticas do tricampeão. Em 1976, Niki Lauda quase teve a sua vida ceifada na parte de Nordschelife, após a sua Ferrari explodir em uma colisão
“A coisa de que mais me orgulho foi fechar Nürburgring, porque na minha época era absolutamente ridículo. Comecei uma campanha para fechar Nürburgring e Spa. Recebi ameaças de morte, pessoas entrando em minha casa e gritando, berrando e atirando pedras para tentar entrar pelas janelas”, declarou.
Por fim, o ex-piloto da Tyrrell optou por encerrar a sua carreira no ano de 1969, quando o seu companheiro de equipe, François Cevert, faleceu no circuito de Watkins Glenn, nos Estados Unidos. Naquele ano, Jackie conquistou o seu tricampeonato na categoria.