Home Futebol Veja “possibilidades” caso Palmeiras e Flamengo virassem SAF

Veja “possibilidades” caso Palmeiras e Flamengo virassem SAF

O Verdão e o Rubro-Negro, hoje, são os principais times do nosso país

André Salem
Jornalista desde 2016, redator do Torcedores.com desde 2022. Apaixonado pelo futebol brasileiro, escrevo principalmente sobre o Brasileirão Série A.

As SAFs estão cada vez mais presentes no Brasil e pode virar a solução para grandes clubes voltarem ao protagonismo, além de dar a chance de um clube “pequeno” competir de igual com os gigantes do futebol.

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Recentemente, grandes clubes como Vasco, Cruzeiro e Botafogo, “puxaram a fila” e agora, a tendência é que esse tipo de gestão esteja cada vez mais presente por aqui.

Mas, surge uma discussão sobre quais clubes precisam e quais não precisam virar uma SAF. Aparentemente, Palmeiras e Flamengo, por exemplo, não precisam.

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O Verdão e o Mengão são os grandes protagonistas do nosso futebol há pelo menos cinco anos. Além disso, estão muito bem estruturado financeiramente e na parte administrativa.

Mas, será que existe alguma possibilidades destes dois clubes venderem o seu futebol, mesmo estando organizado?

A resposta seria “sim”. A principal possibilidade é esses clubes venderem uma parte minoritária do seu futebol. Ou seja, um investidor poderia injetar dinheiro no clube, mas ele seria um sócio minoritário, sem ter o direito de gerir o clube.

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Em entrevista ao “UOL”, Amir Bocayuva, advogado e sócio do escritório BMA, que participou das vendas de SAFs no Brasil de alguns clubes, como Vasco e Cruzeiro, falou sobre essas possibilidades de negócios para Palmeiras e Flamengo.

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“Estamos assessorando alguns clubes que estão negociando investimentos minoritários. Quem vai topar botar dinheiro para ser sócio minoritário de time de futebol? Entendo que tem de haver uma reforma relevante no estatuto do clube que se limite bastante a SAF para não ser afetada pelas idiossincrasias da associação.”

“Significaria ter um investidor com uma participação minoritária, mas ter um nível interferência atípico para investimento minoritário. Quando você é minoritário, tem algumas regras de proteção para o conceito minoritário. No futebol, um sócio poderia ter 30%,40%, e ter quase como se fosse uma gestão comum”, disse Bocayuva.

Um exemplo disse é o Bayern de Munique. O clube alemão tem algumas empresas como acionistas, como a Adidas, Audi e Allianz. As três dividem 25% das ações do clube. Essas empresas opinam, mas não tomam decisões no clube. O Bayern nunca cedeu o controle da sua gestão.

De acordo com a constituição de SAFs prevista na nova lei do Brasil, existem dois caminhos para o investimento minoritário: negociação privada com um investidor, ou um IPO para vender parte das ações em bolsa.

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“O IPO é uma forma de admitir investidores sob forma de ofertas pública. Oferta a investidores indistintos, pessoas físicas e jurídicas. Tem uma série de obrigações como ter um banco, pacote informacional que tem que preparar pela CVM, padroniza informações jurídica, financeira. Vale o que está no estatuto da SAF, que tem que ser mais robusto para proteger o investimento, além da proteção da lei”, explicou o advogado.

Porém, Bocayuva entende que essa possibilidade é improvável atualmente, pois ainda precisa de uma maturação do mercado.

“Zero, muito distante. Lei da SAF tem que pegar primeiro, se consolidar.”

Outra possibilidade para Palmeiras e Flamengo

Uma outra possibilidade para injetar dinheiro em clubes como Palmeiras e Flamengo, seria a emissão de debêntures, que está prevista na lei da SAF. Porém, o governo vetou que essas debêntures ficassem isentos de pagar imposto, como acontece em empresas de infraestrutura.

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“Seria um ótimo produto para os clubes, vender para o torcedor (que poderia emprestar para o clube. Ficou meio capenga. Do jeito que está a pessoa física e jurídica vai ser taxada. Faria sentido tirar”, finalizou Amir Bocayuva.

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